31/08/2022

XI Assembleia do Conselho Ecuménico das Igrejas

Começam hoje e prolongam-se até 8 de setembro, em Karlsruhe, os trabalhos da XI Assembleia do Conselho Ecuménico Mundial das Igrejas (CEI) sobre o tema «O amor de Cristo impele o mundo à reconciliação e à unidade».
A Assembleia representa o mais alto nível de governo do CEI. Reunida de oito em oito anos, teve de ser adiada um ano devido à pandemia, que tornou praticamente impossível a celebração na data prevista, em 2021.
Participam na Assembleia 800 delegados das Igrejas cristãs que fazem parte do CEI, bem como a representação da Igreja Católica liderada por Card. Koch - que não é membro do CEI, mas colabora com ele enquanto parceiro.
É esperado o discurso do presidente federal alemão Steinmaier que abrirá oficialmente os trabalhos da Assembleia.
Será também um teste à capacidade de resistência das relações ecuménicas entre as Igrejas, numa altura em que algumas delas estão diretamente envolvidas em guerras e situações de conflito - estarão presentes em Karlsruhe representantes das Igrejas ucranianas, bem como da Igreja Ortodoxa Russa.
Por norma, a Assembleia trabalha temas e questões em torno das quais se deve empenhar a ecumenê das Igrejas nos anos que se seguem à sua celebração. Nunca como nesta Assembleia a fronteira entre questões teológico-eclesiais e sociopolíticas foi tão ténue e permeável.
Das migrações às guerras, da crise económica à preservação do ambiente, da justiça social aos direitos humanos - todas estas são brechas que atravessam os corpos das Igrejas cristãs e impõem a originalidade de uma resposta que vem da luz do Evangelho e das práticas de fé.
Em particular, a questão ecológica e ambiental está no centro das atenções e das preocupações: «Se não mudarmos o nosso modo de viver, o nosso planeta será inabitável dentro de cinquenta anos. A preservação da natureza é uma questão teológica. Os cristãos e cristãs têm de se empenhar na regeneração de toda a criação», recordou Ioan Sauca, Secretário-Geral interino do CEI.
O seu mandato foi prolongado até dezembro de 2022, para garantir a continuidade das atividades do CEI em ordem à XI Assembleia. Em 2023, assumirá o cargo o sul-africano Jerry Pillay, que foi eleito para lhe suceder.

Marcello Neri
Settimana News (31 de agosto de 2022)

26/08/2022

Tempo da Criação 2022

Todos os anos, de 1 de setembro a 4 de outubro, a família cristã une-se para a celebração mundial de oração e ação pela proteção da nossa casa comum. Como seguidoras e seguidores de Cristo de todo o mundo, compartilhamos um apelo comum a cuidar da criação. Somos cocriaturas e fazemos parte de tudo o que Deus fez. O nosso bem-estar está entrelaçado com o bem-estar da Terra. Alegramo-nos com esta oportunidade de salvaguardar a nossa casa comum e todos os seres que a compartilham connosco. Este ano, o tema deste Tempo é «Escutar a Voz da Criação».

Convite dos líderes religiosos à participação no Tempo da Criação


Caríssimas Irmãs e Irmãos em Cristo,
O Tempo da Criação é a celebração cristã anual para escutarmos e respondermos conjuntamente ao grito da Criação: a família ecuménica em todo o mundo une-se para rezar e proteger a nossa casa comum.
A "Celebração" começa a 1 de setembro, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, e termina a 4 de outubro, Festa de São Francisco de Assis, o santo padroeiro da ecologia, amado por muitas denominações cristãs.
Este ano vamos unir-nos em torno do tema: «Escutar a Voz da Criação».
O salmista declara: «Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos. Um dia fala disso ao outro dia; uma noite revela-o à outra noite.... não se ouve a sua voz. Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras até os confins do mundo». (19, 1-4)
Durante o Tempo da Criação, a nossa oração e ação comum podem ajudar-nos a escutar as vozes que são silenciadas. Na oração, lamentamos cada pessoa em particular, comunidades, espécies e ecossistemas que estão perdidas/os, e aquelas/es cujo sustento está ameaçado pela perda do habitat e pelas mudanças climáticas. Na oração, colocamos no centro o grito da Terra e o grito dos pobres.
Que este Tempo da Criação de 2022 possa renovar a nossa unidade ecuménica, renovando e unindo-nos pelo nosso vínculo de Paz num mesmo Espírito, no nosso apelo a cuidar da nossa casa comum. E que este tempo de oração e ação seja um tempo para escutar a Voz da Criação, para que as nossas vidas em palavras e atos proclamem boas novas para toda a Terra.
Na graça de Deus,

Membros do Comitê Consultivo do Tempo da Criação

O tema de 2022: «Escutar a Voz da Criação»


Durante a pandemia da COVID-19, muitas/os de nós familiarizamo-nos com o conceito de sermos silenciadas/os durante as conversas virtuais. Com frequência as pessoas usam plataformas que não dão a opção de sair do silêncio. Ainda mais, nem sequer têm acesso às plataformas digitais, e por isso as suas vozes nunca são escutadas. Muitas vozes são silenciadas no discurso público sobre as mudanças climáticas e a ética do cuidado da Terra. Estas são as vozes daquelas/es que sofrem os impactos da mudança climática. Estas são as vozes daquelas/es que possuem sabedoria geracional sobre como viver com gratidão dentro dos limites da terra. Estas são as vozes de uma diversidade cada vez menor de espécies mais do que humanas, é a voz da Terra. O tema do Tempo da Criação de 2022 desperta a consciência da nossa necessidade de escutar a voz de toda a criação.
O salmista (19,1-4) reconhece que escutar a voz da criação requer um tipo de escuta que é cada vez mais raro. Dentro da família cristã ecuménica, existe uma gama diversificada de tradições para nos ajudar a recuperar a nossa capacidade de escutar a voz da criação. Alguns dos primeiros escritos cristãos referem-se ao conceito da criação como um livro a partir do qual o conhecimento de Deus pode ser lido. A tradição teológica do livro da criação corre como um fio de ouro dos escritos de Orígenes através dos escritores da época da Patrística como Tertuliano, Basílio de Cesareia e outros. Como o salmista, São Máximo lembra-nos que todo o cosmos louva e glorifica a Deus «com vozes silenciosas», e que o louvor não é escutado até que lhe demos voz, até que louvemos a Deus na e com a criação. Santo Agostinho escreve: «[A Criação] é a página divina que deves escutar; é o livro do universo que deves observar. As páginas da Escritura só podem ser lidas por aqueles que sabem ler e escrever, enquanto todos, mesmo os analfabetos, podem ler o livro do universo». Para um sermão de Advento Martinho Lutero escreveu: «Deus escreveu [o Evangelho] não só em livros, mas também em árvores e outras criaturas».
Um "livro" ou um pergaminho era para ser lido em voz alta e, portanto, era uma palavra falada que devia ser escutada. Os pergaminhos e os livros da Escritura deveriam ser lidos em voz alta, inspirados numa comunidade e ouvidos como proclamação. O salmista que declara que a criação proclama o trabalho manual de Deus também sabe que o livro da Escritura revive perfeitamente a alma, faz sábias as pessoas simples, alegra o coração e ilumina os olhos. (Salmo 19,7-8) O livro da criação e o livro da Escritura devem ser "lidos" lado a lado.
Devemos ter cuidado para não confundir os dois livros e para não desfocar as linhas entre a razão e a revelação. Mas o que "escutamos" da criação é mais do que uma metáfora extraída da nossa compreensão da ecologia e da ciência climática. É mais do que as ciências biológicas e físicas que têm moldado o diálogo entre a teologia e as ciências naturais desde a revolução científica. Na sua encíclica sobre a Fé e a Razão, o Papa João Paulo II reconheceu que, enquanto Cristo é o coração da revelação de Deus, a criação foi a primeira etapa dessa revelação. As harmonias que emergem quando contemplamos os livros da criação e das Escrituras formam a nossa cosmologia sobre quem somos, onde estamos e como somos chamados a viver relações herminiosas com Deus e com as nossas cocriaturas.
A contemplação abre-nos a muitos modos de escutar o livro da criação. O Salmo 19 diz que as criaturas falam-nos do Criador. O equilíbrio harmonioso das ecologias biodiversas e os gritos de sofrimento da criação são ambos ecos do Divino, porque todas as criaturas têm a mesma origem e terminam em Deus. Escutar as vozes de nossas cocriaturas é como perceber a verdade, a bondade ou a beleza através da vida de um amigo humano e de um membro da família. Aprender a escutar essas vozes ajuda-nos a tomar consciência da Trindade, na qual a criação vive, se move e tem o seu ser. Jürgen Moltmann pede «um discernimento do Deus que está presente na criação, que através de seu Espírito Santo pode levar o homem e a mulher à reconciliação e à paz com a natureza".
A Tradição Cristã ajuda-nos a aprender a escutar o livro da criação. A espiritualidade cristã está repleta de práticas que levam os nossos corpos à contemplação com palavras, também com o silêncio. Tais práticas litúrgicas e espirituais são acessíveis desde a infância até à vida adulta. Cultivar uma espiritualidade de escuta ativa ajuda-nos a discernir as vozes de Deus e dos nossos vizinhos no meio do barulho de narrativas destrutivas. A contemplação move-nos do desespero à esperança, da ansiedade à ação!
Para os cristãos e cristãs, Jesus Cristo mantém juntos os dois "livros" da criação e da Escritura. Diante da realidade da rutura, do sofrimento e da morte, a encarnação e ressurreição de Cristo torna-se a esperança de reconciliar e curar a Terra. O livro da Escritura proclama a Palavra de Deus para que possamos ir ao mundo e ler o livro da criação de uma forma que antecipe este Evangelho. Por sua vez, o livro da criação ajuda-nos a escutar o livro da Escritura a partir da perspetiva de toda a criação que anseia pela boa nova. Cristo torna-se uma chave para discernir o dom e a promessa de Deus para toda a criação e particularmente para aqueles que sofrem ou que para nós já estão perdidas.
Durante o Tempo da Criação, a nossa oração e ação comum podem ajudar-nos a escutar as vozes que são silenciadas. Na oração, lamentamos pessoas em particular, comunidades, espécies e ecossistemas que estão perdidas/os, e aquelas/es cujo sustento está ameaçado pela perda do habitat e pela mudança climática. Na oração, colocamos no centro o grito da Terra e o grito dos pobres. As comunidades de fé e oração podem ampliar as vozes das pessoas jovens, dos povos indígenas, das mulheres e das comunidades afetadas que não são ouvidas na sociedade. Através de liturgias, orações públicas, atos simbólicos e de incidência pública, podemos lembrar aquelas/es que são deslocadas/os ou desapareceram dos espaços públicos e dos processos políticos.
Escutar a voz da criação oferece aos membros da família cristã um rico ponto de entrada no diálogo e na prática inter-religiosa e interdisciplinar. Os cristãos e cristãs trilham um caminho compartilhado como aqueles que possuem diferentes tipos de conhecimento e sabedoria em todas as culturas e setores da vida. Ao escutar a voz de toda a criação, a humanidade une-se na vocação de cuidar da nossa casa comum (oikos).

Oração


Criador de todas as coisas,
A partir da Tua comunhão de amor, a Tua Palavra partiu para criar uma sinfonia de vida que canta os Teus louvores.
Pela Tua Sagrada Sabedoria fizeste a Terra para trazer à tona uma diversidade de criaturas que Te glorificam no seu ser. Dia após dia proclamam; noite após noite, revelam conhecimento.
Chamaste a humanidade a cultivar e manter o Teu jardim. Colocaste-nos em relações harmoniosas com cada criatura para que pudéssemos escutar as suas vozes e aprender a salvaguardar as condições para a vida. Mas voltamo-nos só para nós mesmos.
Fechamos os nossos ouvidos aos conselhos dos nossos semelhantes. Não ouvimos os gritos das pessoas empobrecidas e as necessidades das mais vulneráveis. Silenciamos as vozes daquelas que sustentam as tradições que nos ensinam a cuidar da Terra. Fechamos os nossos ouvidos à Tua Palavra criativa, reconciliadora e sustentadora, que nos chama através das Escrituras.
Lamentamos a perda das nossas espécies semelhantes e dos seus habitats que nunca mais falarão. Lamentamos a perda de culturas humanas, juntamente com as vidas e os meios de subsistência que foram deslocados ou pereceram. A criação grita enquanto as florestas crepitam e os animais fogem dos incêndios da injustiça que acendemos com a nossa falta de vontade de escutar.
Neste Tempo da Criação, oramos para que Tu nos chames, a partir da sarça ardente, com o fogo sustentador do Teu Espírito. Sopra sobre nós. Abre os nossos ouvidos e move nossos corações. Transforma o nosso olhar interior. Ensina-nos a contemplar a Tua criação e a escutar a voz de cada criatura que declara a Tua glória. Pois «a fé vem pelo ouvir».
Dá-nos corações para escutarmos as boas novas da Tua promessa de renovar a face da Terra. Ilumina-nos com a graça de seguir o Caminho de Cristo enquanto aprendemos a caminhar com leveza sobre este terra sagrada. Enche-nos da esperança de apagarmos o fogo da injustiça com a luz do Teu amor curativo que sustenta a nossa casa comum.
Em nome d'Aquele que veio para proclamar a boa nova a toda a criação, Jesus Cristo.
Amém.

Mensagem do Papa Francisco para a celebração do Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação (página web do Tempo da Criação)

08/08/2022

Lambeth-Welby: presidir à fraternidade

A XV Conferência de Lambeth termina hoje [8 de agosto], com a partida dos bispos participantes, após a liturgia de encerramento de ontem.
A escolha de fazer coincidir o fim oficial dos trabalhos da Conferência com o regresso dos bispos às suas províncias e dioceses não é acidental: de facto, começa a terceira fase da própria Conferência de Lambeth, aquela que leva o conteúdo dos documentos e discussões às várias Igrejas locais dispersas pelo mundo.
A atenção dos meios de comunicação e a preocupação da Conferência centraram-se no texto sobre a «Dignidade Humana» - que tocou (também) temas de moral sexual individual e a doutrina da Comunhão Anglicana sobre o matrimónio. Quase como se a unidade da Igreja na prevenção e gestão de abusos, sobre o ambiente e o desenvolvimento sustentável, sobre o compromisso ecuménico e a colaboração inter-religiosa, fossem elementos marginais - quase dados como garantidos, quando na realidade não o estão.
De facto, o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, salientou o facto de que a unidade da Igreja e da Comunhão Anglicana é a obra do agir de Deus dentro de instituições compostas por homens e mulheres pecadores; e que a reconciliação na Igreja não atinge uma homogeneidade sem distinções e diferenças, mas é o agir de Deus que permite o reconhecimento recíproco de pertença à mesma comunidade de fé e das diferenças que existem dentro dela.

Mediação e autoridade


Welby superou brilhantemente a prova do tópico potencialmente divisivo da homossexualidade e da doutrina do matrimónio, exercendo uma liderança com autoridade não hierárquica (afinal de contas, a que diz respeito ao seu papel na Comunhão Anglicana).
A sessão dedicada ao texto sobre a «Dignidade Humana» foi realizada à porta fechada, permitindo assim aos bispos uma franca e sincera liberdade de expressão; até à sua conclusão sem declarações verbais de consentimento, mas caraterizada por um longo tempo de silêncio e oração comum.
Antes dela, Welby tinha dirigido uma breve carta aos participantes. Havia dois pontos principais, partindo do reconhecimento «das grandes diferenças na Comunhão relativamente ao matrimónio entre pessoas do mesmo sexo e à sexualidade humana».
O primeiro diz respeito à resolução 1.10 da Conferência de Lambeth de 1996, que reafirmava a doutrina tradicional sobre o matrimónio entre um homem e uma mulher: reafirmando a sua validade, como também é afirmado no documento sobre a «Dignidade Humana» discutido na atual Conferência. Aqui, e este é o segundo ponto, reconhece-se o facto de «outras províncias se terem aberto ao matrimónio entre pessoas do mesmo sexo, após um cuidadoso processo de reflexão teológica e um processo de receção».

Do parlamentarismo à sinodalidade


Partindo da consciência de que «esta situação também faz parte da realidade da nossa Comunhão», Welby dirigiu-se aos participantes com um discurso introdutório sobre o documento sobre a «Dignidade Humana», em que retomou e aprofundou os pontos principais da sua carta e convidou a «falar francamente, mas com amor».
No final, todos os bispos presentes levantaram-se e aplaudiram - reconhecimento do papel de facto de mediação e salvaguarda da unidade eclesial que Welby obteve no terreno mais difícil da vida da Comunhão Anglicana. Nas suas palavras, ambas as visões sobre a sexualidade e o matrimónio foram reconhecidas e sentiram-se reconhecidas.
A Welby deve também ser reconhecido o mérito de ter dado uma forma sinodal refinada à sessão sobre a «Dignidade Humana», criando um espaço eclesial que tornou possível «o permanecer em relação uns com os outros com profundas diferenças - é uma forma de diversidade, e pensamos que a diversidade é uma coisa boa' (M. Curry, Presidente da Igreja Episcopal dos Estados Unidos).
A partir deste momento delicado para a Comunhão Anglicana, a Igreja Católica também pode aprender algo no seu processo sinodal global - porque, no final, «não lutámos para eliminar o outro, mas lutámos juntos dando um passo em frente até encontrarmos uma solução querida por Deus» (T. Makgoba, Arcebispo Anglicano da Cidade do Cabo).
Da XV Conferência de Lambeth sai uma modalidade de presidência eclesial que gira mais em torno de um processo de decidir sinodal do que parlamentar, em que a doutrina e a fé viva podem começar a encontrar um justo equilíbrio na construção da unidade de uma comunidade cristã que procura encontrar a sua forma de seguimento de Deus no mundo contemporâneo.

O Papa: ministério paterno na Igreja ocidental


Uma forma que olha para o ministério petrino de Francisco como algo que diz respeito à própria Comunhão Anglicana, num cruzamento ecuménico do ministério de presidência de uma Igreja cristã ainda confessionalmente dividida, mas em busca de imagens e práticas que a recomponham sem submissão ou homologação das histórias confessionais que cada Igreja traz consigo: «as disposições de separação enraizaram-se profundamente ao longo dos últimos cinco séculos - disse Welby -, mas acredito que hoje a maioria dos anglicanos reconhece o papa Francisco como o pai da Igreja no Ocidente.
Um ministério de paternidade que encontrou a via sinodal para praticar a unidade na Comunhão Anglicana, ou seja, para guardar a fraternidade eclesial onde os contextos, as culturas, as histórias abrem para diferentes leituras da Escritura e da doutrina; e que, ao mesmo tempo, fundamenta no ministério petrino católico um exercício partilhado e fraterno do primado como presidência paterna face à multiplicidade eclesial da fé cristã.

Marcello Neri
Settimana News (8 de agosto de 2022)