(cf. 2 Coríntios5,14-20)
Alemanha: A terra da Reforma Luterana
Em 1517 Martinho Lutero expressou preocupações sobre o que ele via como abusos na Igreja de seu tempo, tornando públicas suas 95 teses. Em 2017 temos o 500º aniversário desse evento chave dos movimentos de reforma que marcaram a vida da Igreja ocidental por vários séculos. Esse evento tem sido tema de controvérsia na história das relações intereclesiais na Alemanha, e não menos nestes últimos anos. A Igreja Evangélica na Alemanha (EKD) tem estado a preparar-se para esse aniversário desde 2008, focalizando a cada ano um aspecto particular da Reforma, como, por exemplo: a Reforma e a Política ou a Reforma e a Educação. A EKD também convidou seus parceiros ecuménicos a vários níveis para ajudar a comemorar os eventos de 1517.
Depois de extensas, e às vezes difíceis, discussões, as Igrejas na Alemanha concordaram que o caminho para comemorar ecumenicamente essa Reforma deveria ser uma Christusfest – uma Celebração de Cristo. Se a ênfase fosse colocada em Jesus Cristo e no seu trabalho de reconciliação como centro da fé cristã, então todos os parceiros ecuménicos da EKD (católicos romanos, ortodoxos, batistas, metodistas, menonitas e outros) poderiam participar das festividades desse aniversário.
Considerando-se o facto de que a história da Reforma foi marcada por uma dolorosa divisão, esse foi um importante avanço. A Comissão Luterana-Católica Romana sobre a Unidade tem trabalhado com afinco para produzir uma compreensão partilhada dessa comemoração. O seu importante documento, Do Conflito à Comunhão, reconhece que ambas as tradições abordam esse aniversário numa era ecuménica, após as conquistas de cinquenta anos de diálogo e com novas compreensões da sua própria história e teologia. Deixando à parte o que é polémico, nas visões teológicas da Reforma, os católicos agora são capazes de ouvir o desafio de Lutero para a Igreja de hoje, reconhecendo-o como uma “testemunha do evangelho” (Do Conflito à Comunhão 29). E assim, depois de séculos de condenações e depreciações mútuas, em 2017 cristãos luteranos e católicos irão pela primeira vez comemorar juntos o começo da Reforma.
A partir desse acordo e do ampliado contexto ecuménico emerge o forte tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos deste ano: “Reconciliação: é o amor de Cristo que nos impele (cf. 2 Coríntios 5,14).
Remetemos para os Subsídios Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2017, preparados pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial das Igrejas: