Têm-se agravado recentemente até à rutura as relações entre as Igrejas ortodoxas, nomeadamente entre Moscovo e Constantinopla, por causa da autocefalia da Igreja ucraniana. Esta questão de grande relevância eclesial reflete os problemas políticos entre a Rússia e a Ucrânia, recentemente agravados, assim como a relação de dependência das Igrejas face às autoridades políticas por aquelas paragens. Como contributo para a compreensão duma questão com profunda e negativa ressonância no horizonte ecuménico, disponibilizamos em versão portuguesa dois textos: o primeiro favorece a compreensão da questão e a sua evolução nos últimos meses; o segundo reflete sobre o posicionamento do catolicismo romano face ao grave problema que a Ortodoxia está a viver.
Agudiza-se o cisma entre Moscovo e o Fanar
O patriarca Bartolomeu assina o tomos na presença do metropolita Epiphany 5 de janeiro de 2019 |
Piervy sriedì ravnikh ou Piervy biez ravnykh? São estas, em russo, as expressões jurídicas latinas: Primus inter pares (primeiro entre pares) ou Primus sine paribus (primeiro sem pares, ou seja sem iguais)? A resposta divergente, que o Patriarcado de Moscovo, hoje liderada por Kirill, e o Patriarcado de Constantinopla, governado por Bartolomeu I, dão à pergunta, está na base do seu irredutível desacordo sobre a autocefalia (independência) da Igreja ucraniana. Uma contenda dramática que levou os responsáveis da Igreja russa a proclamarem a interrupção da comunhão eucarística – ou seja, em sentido estrito, o cisma – devido às opções da irmã sediada em Istambul, no bairro do Fanar.
Resumamos um acontecimento tormentoso, sobre que já escrevemos mais vezes em Confronti. A 19 de abril de 2018, a Verkhovna Rada (Parlamento de Kiev) fez sua a exigência do presidente Petro Poroshenko ao Fanar de conceder a autocefalia à Igreja ortodoxa ucraniana. Bartolomeu, sem responder com um redondo «sim», deixava-o relampejar, alarmando assim Moscovo. Em setembro aceitou a proposta, para finalmente – sustentava – reunir as três Igrejas ortodoxas do país:
1. A Igreja ortodoxa, ligada a Moscovo, e liderada pelo metropolita de Kiev, Onufry.
2. O Patriarcado de Kiev, nas mãos de Filaret.
3. A Igreja autocéfala ucraniana, uma comunidade modesta
O patriarca Bartolomeu entrega o tomos ao metropolita Epifany 6 de janeiro de 2019 |
A primeira é a mais numerosa; as outras duas, surgidas em 1992, depois do colapso da URSS e o nascimento a Ucrânia independente, são consideradas cismáticas por Moscovo (que em 1995 já tinha reduzido ao estado laical e em 1997 excomungado Filaret, o autoproclamado “patriarca” de Kiev). Kirill, a 31 de agosto de 2018, dirigiu-se a Bartolomeu, para o deter: este, contudo, com o seu Sínodo, continuava, a “abençoar” um “Concílio para a reunificação” – considerado ilegal por Moscovo – que a 15 de dezembro deu vida, em Kiev, à Igreja ortodoxa da Ucrânia, formada pelo Patriarcado de Kiev e pela Igreja autocéfala ucraniana, e elegeu como primaz Epifany. Poroshenko empenhou-se muito em toda a operação: uma pressão política demasiado indigesta para os russos. Depois, a 5 de janeiro, Bartolomeu assinou o tomos (decreto sinodal) da autocefalia e, no dia seguinte, entregou-o ao novo primaz.
Aos russos que contestavam a legitimidade canónica da decisão, o Patriarcado ecuménico replicava com a invocação do seu direito de conceder a autocefalia aos ucranianos: como demonstraria a história eclesial dos Balcãs – da qual oferecemos aqui uma síntese nossa.
Quando a Bulgária, em 1393, caiu às mãos dos turcos, perdeu a sua autocefalia. Cinco séculos depois, em 1870, o governo otomano permitiu a reconstituição de Igreja nacional búlgara: mas o Fanar declarou-a cismática e só reconheceu a autocefalia da Igreja búlgara em 1945, pondo fim ao cisma. Outro caso: em 1922 a Igreja ortodoxa albanesa proclamou-se autocéfala, decisão nunca reconhecida por Constantinopla e por grande parte do episcopado grego (irritados por se usar em Tirana o albanês, em vez do grego, como língua litúrgica). Em 1937, porém, o Patriarcado ecuménico concedeu finalmente a autocefalia aos albaneses.
Ainda: depois da fusão dos principados da Valáquia e da Moldávia, a Roménia tornou-se independente em 1878. O Fanar, sob cuja jurisdição estavam quando faziam parte do império otomano, reconheceu a autocefalia da Igreja romena em 1885. Já tinha reconhecido em 1879 a autocefalia da Igreja sérvia. Houve, contudo, desacordo, após 1945, entre o Fanar e Moscovo, quanto à concessão da autocefalia à Igreja ortodoxa checoslovaca e, com a divisão deste país em 1993, à que se tornou a Igreja das terras checas e da Eslováquia, cujo primaz é desde 2014 Rostislav. A autocefalia das Igrejas balcânicas começou, tanto quanto parece, sem objeções da parte de Moscovo. Recordamos, contudo, que, de 1721 a 1917, a Igreja russa – por decisão de Pedro Grande e dos czares que lhe sucederam – permaneceu sem patriarca; e de novo sem patriarca, por vontade dos soviéticos, de 1925 a 1943.
Em todo o caso, invocando estes precedentes, Bartolomeu reafirma agora que só ele tem, e não outros, o direito de conceder a autocefalia. Em Kiev, entretanto, na Igreja recém-nascida foi instituído o Sínodo, de que faz parte o “patriarca honorífico Filaret”, o qual, nonagenário, no dia seguinte ao “Concílio” explicitou que ele «permanece patriarca, porque este é para a vida e, juntamente com o primaz, governa a Igreja ortodoxa da Ucrânia». Não só: A 5 de fevereiro, o Sínodo nomeou-o bispo da diocese de Kiev (excluído o mosteiro de São Miguel). Permanece, contudo, um mistério o que é que isso significa, dado que Epifany é metropolita de Kiev.
Afirmando que Bartolomeu é “primeiro” sriedì ma non biez ravnykh, o Santo Sínodo russo nega-lhe o direito de tomar sozinho decisões respeitantes a toda a Ortodoxia: ele pode coordenar o trabalho dos “iguais a ele”, mas nunca interferindo nos assuntos internos das outras Igrejas irmãs, ou ignorando mesmo o parecer delas. Por isso, Kirill reafirma: só a Sinassi (reunião) dos líderes das Igrejas autocéfalas – hoje 14, porque a 15ª, a ucraniana nascida a 15 de dezembro de 2018, não é reconhecida por Moscovo – poderia conceder a uma Igreja a autocefalia. Para os russos, o “como” nasceram as Igrejas autocéfalas balcânicas não prova nada; além disso, nenhuma delas é comparável à situação ucraniana, na qual a maior parte dos ortodoxos, por enquanto, se reconhece na Igreja pró-russa, que considera anticanónico e cismático o “Concílio” de 2018. A 31 de janeiro passado, em Moscovo, foi celebrado solenemente o décimo aniversário da eleição de Kirill como patricarca. Num discurso aos representantes das Igrejas autocéfalas presentes (faltava Constantinopla!), ele ironizou a propósito do “novo” princípio do piervy biez ravnykh: para os russos – subentendia-se – não pode existir um “papa” dos ortodoxos.
Sérvia. Como se posicionou a Ortodoxia face à laceração em curso? Vejamos, por agora, a resposta de algumas Igrejas europeias. O patriarca sérvio, Irenej – que tinha estado em Moscovo para o décimo aniversário de Kirill – e o seu Sínodo, no fim de fevereiro, emitiram uma declaração oficial. Tendo em conta que o próprio Irenej se tinha deslocado a Salónica, para convidar o primus inter pares a retroceder nos seus passos, e dada a inutilidade destes esforços «a Igreja ortodoxa sérvia:
1. Não reconhece a anticanónica “invasão” do patriarcado de Constantinopla ao território canónico da Santa Igreja russa, dado que o metropolita de Kiev, que inclui dúzias de dioceses, em 1686, tendo por base as decisões do patriarca de Constantinopla, Dionísio IV, foi colocada sob o de Moscovo.
2. Não reconhece a “Igreja autocéfala da Ucrânia” que, do ponto de vista canónico, não existe. Os cismáticos permanecem cismáticos, a não ser que, com uma sincera confissão, se arrependam.
3. Não reconhece o “Concílio” de Kiev. Ele é erroneamente chamado de “reunificação” e desintegrou ainda mais a infeliz Ucrânia.
4. Não reconhece um episcopado cismático, que pertence à ala de Denishenko [Filaret, ndr], reduzido [por Moscovo, ndr] ao estado laical e excomungado. Recomenda aos hierarcas e ao clero que se abstenham de qualquer comunhão litúrgica e canónica não só com o Senhor Epifany e com outros como ele, mas também com os bispos e os clérigos que concelebram com eles… A Igreja sérvia implora a sua Santidade o patriarca ecuménico que reconsidere a decisão tomada».
Roménia. Mais matizada foi a posição do Sínodo romeno reunido a 21 de fevereiro:
«1. Durante cerca de 30 anos o problema da divisão [da Igreja ortodoxa, ndr] na Ucrânia não foi resolvido.
2. O patriarca ecuménico decidiu sair do impasse e concedeu o tomos da autocefalia. Mas ele só foi acolhido pela Ortodoxia ucraniana fora da comunhão com Moscovo; e assim a questão da unidade da Igreja na Ucrânia permanece não totalmente resolvida.
3. Recomenda-se ao patriarca ecuménico e ao patriarca de Moscovo que encontrem as vias para resolverem o contencioso, preservarem a unidade na fé, respeitarem a liberdade pastoral e administrativa do clero e fiéis daquele país (incluído o direito à autocefalia) e restabelecerem a comunhão eucarística.
4. Caso falhe o diálogo bilateral, é necessário reunir a Sinassi dos primazes das Igrejas ortodoxas para resolver o problema pendente».
O Sínodo insiste, pois, para que às 127 paróquias romeno-ortodoxas na Ucrânia, sobretudo em Bukovyna (região já da Roménia, passada durante a II Guerra Mundial à Ucrânia soviética) seja garantida a liberdade plena e o uso do romeno na liturgia, propostas que Epifany – prestes a deslocar-se a Bucareste – garantiu acolher (aliás no país existe um Vicariato ucraniano ortodoxo com liberdade para se organizar).
Albânia. Já a 4 de janeiro o Sínodo da Igreja albanesa tinha invocado a Sinassi: uma proposta que o arcebispo de Tirana, Anastasios, comunicou a Bartolomeu dez dias depois, com uma carta dada a conhecer só a 7 de março e, traduzida em russo, publicada em Moscovo três dias depois.
O primaz albanês deplora que a Igreja russa tenha desertado do Concílio de Creta; e que tenha rompido a comunhão eucarística com o Fanar. Mas, ao mesmo tempo, critica a fundo Filaret (um excomungado que – recorda – chegou a consagrar bispos que, por isso, não o são!); e refuta reconhecer a canonicidade da Igreja ucraniana nascida a partir do Concílio de dezembro.
E então? Bartolomeu, que tem este “privilégio exclusivo”, convoque uma Sinassi, ou um Concílio, «para esconjurar o perigo evidente do princípio de um doloroso cisma, que ameaça a solidez da Ortodoxia e o seu testemunho persuasivo ao mundo de hoje». Bartolomeu respondeu a Anastasios a 20 de fevereiro (mas a carta foi publicada semanas depois), reafirmando as suas teses (em particular, a validade da ordenação dos bispos da nova Igreja da Ucrânia). Mas ignora totalmente a auspiciada reunião da Sinassi. A este respeito, dado que as decisões desta são tomadas por unanimidade, e como Moscovo e Constantinopla divergem quanto aos critérios para conceder a autocefalia, no passado estabeleceu-se não submeter a questão a exame no Concílio ortodoxo (depois celebrado em 2016 em Creta; mas, no último momento, a Igreja russa – que representa cerca de 70% dos 200 milhões de ortodoxos no mundo – recusou-se a participar).
Pergunta: Será possível agora o que não se pôde propor há três anos? Entretanto, partilharam as teses russas Rostislav («Filaret é um impostor») e Sava, primaz dos ortodoxos polacos. Das outras Igrejas autocéfalas surgiram declarações de alguns hierarcas, frequentemente ambíguas – como as que Theophilos III, patriarca grego de Jerusalém. Esperam-se palavras importantes dos vários Sínodos: serão pró-russas as Igrejas eslavas e pró-Fanar as gregas? Não está dito. Entretanto torna-se mais profunda a fenda aberta na Ortodoxia pelo terramoto eclesial ucraniano.
Luigi Sandri
Confronti (abril de 2019)
Face às divisões entre as Igrejas ortodoxas
O mistério da Igreja como corpo de Cristo Senhor é revelado e compreendido não só por quem nele acredita, mas sobretudo por quem o vive. O apóstolo Paulo, recorrendo à imagem do corpo humano, escreve: «Como o corpo é um, mesmo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo, assim também Cristo… Deus compôs o corpo para que não houvesse divisão no corpo, mas os vários membros cuidassem uns dos outros. Portanto, se um membro sofre, todos os membros sofrem juntos e, se um membro é honrado, todos os membros se alegram juntos» (1 Cor 12, 12.25-26).
Em virtude precisamente deste grande mistério vivido quotidianamente como exigência absoluta, nós católicos sofremos por causa das tensões, das contendas vividas por vezes pelas diversas Igrejas, inclusivamente a católica, e agora sofremos de modo especial pela interrupção da comunhão eucarística decretada pelo Sínodo do Patriarcado de Moscovo relativamente ao de Constantinopla, duas Igrejas irmãs com as quais a comunhão que nos une é muito mais forte do que o que nos separa. Queremos dizer sobretudo às Igrejas da Ortodoxia que fazemos nosso o seu sofrimento, porque a caridade de Cristo nos impele a esta participação nos seus sentimentos. Pedro Venerável, abade de Cluny, grande monge e expoente espiritual medieval, escrevia numa carta: «Non vegetatur Spiritu Christi qui non sentit vulnera corporis Christi! Não vive do Espírito de Cristo quem não sente as feridas do corpo de Cristo».
Este sofrimento impele-nos sobretudo à oração, à invocação do Espírito de comunhão para todas as Igrejas e sobretudo para as Igrejas atualmente em tensão entre si: como a litania que abre a Divina Liturgia de São João Crisóstomo, nós erguemos a nossa súplica: «Pela paz do mundo inteiro, pela prosperidade das Santas Igrejas de Deus e a união de todos nós, imploramos ao Senhor: Kyrie eleison!». A oração expressa na partilha do sofrimento e no acordo dos pedidos é o primeiro passo urgente e necessário para que as feridas se curem, as contendas se superem e as divisões passadas e presentes deem lugar à comunhão, que é o dom por excelência do Senhor à sua Igreja.
A Ucrânia é uma terra de encontros, como indica o seu nome, e a herança que ela guarda a partir dos santos fundadores do Mosteiro das Grutas [Mosteiro de Kiev-Pechersk, ndt] – António e Teodósio – é um tesouro precioso, um dom para todas as Igrejas. A contenda ocorrida fere esta herança e fragiliza o anúncio do Evangelho de que esta terra precisa depois de decénios de perseguição religiosa e de padecimentos de todo um povo. Ninguém esquece os sofrimentos humanos e eclesiais do povo ucraniano, e todas as Igrejas cristãs confessam o testemunho dos mártires ortodoxos, católicos de rito oriental ou latino, protestantes, cujo sangue derramado pela fidelidade a Cristo Senhor é semente de fé e, ao mesmo tempo, verdadeiro ecumenismo vivido na carne, no dar a vida por Deus e pelos irmãos e irmãs. À volta do Cordeiro imolado, estes mártires e confessores intercedem unanimemente pelas suas Igrejas e pela Igreja una, santa, católica e apostólica, para que reine a santa koinonia dada pelo Ressuscitado através do Espírito Santo. Estes mártires recordam-nos, também na Ucrânia, que os muros levantados na terra entre as Igrejas não se erguem até ao céu.
Com esta viva intercessão resistimos, portanto, ao Divisor, ao Diabo que procura sempre levar a divisão aos cristãos para destruir a integridade do corpo de Cristo: não permitamos que o Diabo nos separe e não joguemos o seu jogo! No outono passado, em Bari, todas as Igrejas ortodoxas estiveram em oração e em diálogo juntamente com o Bispo de Roma: acontecimento primaveril do ecumenismo sobre que depressa desceu uma geada querida certamente pelo Divisor.
Mas, para além da partilha do sofrimento e da oração, o que é que nós católicos podemos fazer? Antes de mais, não realizar o mais pequeno gesto que possa parecer uma intromissão nas questões internas da Ortodoxia, nem alimentar um desejo ou, muito menos, uma pretensão de arbitragem entre as Igrejas ortodoxas que vivem divisões, não só na Ucrânia, mas também no Médio Oriente.
Nas atuais divisões e tensões intraortodoxas, devemos escutar-nos, encontrar-nos e falar, manifestando o nosso sofrimento, abandonando inimizades e evitando tomadas de posição apodíticas. O percurso é sempre o da desconfiança à confiança recíproca, purificando e curando as memórias, até delinearmos em conjunto o caminho que nos espera, mesurando-o no caminho em direção ao Reino, meta para a qual todas as Igrejas estão em peregrinação.
Por fim, nesta hora de sofrimento dos homens e mulheres por causa da guerra e da pobreza sofridas pelas populações destas nossas Igrejas irmãs, torna-se necessário colocar-se ao serviço dos que sofrem, dos necessitados, sobretudo das crianças, primeiras vítimas inocentes dos conflitos e da pobreza. Devem inspirar-nos sempre as palavras do apóstolo Paulo: «Sede servos uns dos outros através da caridade» (Gal 5, 13). Para além dos confrontos, as Igrejas ortodoxas unam-se na vivência da caridade concreta para com todos os que sofrem.
Dizemos, portanto, aos nossos irmãos ortodoxos: «Precisamos do vosso testemunho evangélico, e a vossa divisão fere-nos a todos». O papa Francisco, na celebração de Vésperas, na Basílica de São Paulo Extramuros, a 25 de janeiro de 2015, dizia: «A unidade dos cristãos – estamos convencidos – não será fruto de apuradas discussões teóricas em que cada um tentará convencer o outro do fundamento das próprias opiniões. Virá o Filho do homem e ainda nos encontrará em discussões. Temos de reconhecer que para chegarmos à profundidade do mistério de Deus precisamos uns dos outros, de nos encontrarmos e de nos confrontarmos guiados pelo Espírito Santo, que harmoniza as diversidades e supera os conflitos, reconcilia as diversidades». É com estes sentimentos que dizemos aos patriarcas das Igrejas ortodoxas, aos seus metropolitas e bispos, aos irmãos e às irmãs ortodoxas o nosso amor, a nossa solicitude, a nossa fervorosa intercessão.
Enzo Bianchi
L'Osservatore Romano (27 de maio de 2019)