18/06/2025

CCC: «"Nós cremos"»: As Igrejas cristãs no Porto no 17º centenário do I Concílio de Niceia»

Decorreu a 17 de junho, por videoconferência, a última sessão do ciclo Peregrinos de esperança, organizado pelo Centro de Cultura Católica do Porto e pelo diaconado permanente em conjugação com alguns secretariados e organismos eclesiais. Esta sessão, coordenada pela Comissão Ecuménica do Porto, contou a intervenção do P. Maria Henrique Melo e pelo Rev.do Sérgio Alves, que integram a referida Comissão respetivamente pela Igreja Católica Roma e pela Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana). Ainda na referência à comemoração do I Concílio de Niceia, a sessão versou sobre o tema «Nós cremos»: As Igrejas cristãs no Porto no 17º centenário do I Concílio de Niceia.
Veja-se a notícia da sessão na página web do Centro de Cultura Católica.


17/06/2025

«Declaração da Conjunta sobre o Espírito Santo, a Igreja e o Mundo» da Comissão Mista para o Diálogo Teológico entre a Federação Luterana Mundial e a Igreja Ortodoxa

Por ocasião do 1700º aniversário do Concílio de Niceia e como preparação para o Domingo de Pentecostes, a Comissão Mista para o Diálogo Teológico entre a Federação Luterana Mundial e a Igreja Ortodoxa publicou a 6 de junho a Declaração da Conjunta sobre o Espírito Santo, a Igreja e o Mundo. O texto, resultante dos trabalhos da Comissão iniciados em 2019 em Tirana (Albânia) e concluídos em 2024 no Cairo (Egito), é composto por cinco capítulos e algumas recomendações.
Os títulos dos capítulos são: O Espírito Santo na criação; o Espírito Santo na economia da salvação e na proclamação do Evangelho; o Espírito Santo no mundo; o Espírito Santo, a liturgia e a Igreja; epiclese (invocação do Espírito) na vida da Igreja e para além da liturgia eucarística.
As recomendações finais são cinco e referem o seguinte:

«1. Porque a epiclese sublinha o papel essencial do Espírito Santo na consagração dos elementos eucarísticos, na santificação da comunidade eucarística e na atração dos participantes para a vida divina, a nossa comissão exorta as igrejas luteranas que não introduziram a epiclese nas suas liturgias eucarísticas a fazê-lo, e as que tornaram a epiclese facultativa a começarem a usá-la mais regularmente.
2. Porque é importante que os crentes aprendam e compreendam mais claramente o papel do Espírito Santo na Eucaristia, a nossa comissão apela às igrejas ortodoxas que pronunciam a epiclese em silêncio que considerem dizê-la em voz alta para a edificação dos leigos.
3. À luz das afirmações anteriores, as nossas igrejas e os nossos professores podem também considerar como se pode desenvolver uma eclesiologia eucarística e epiclética que facilite o entendimento entre luteranos e ortodoxos.
4. Festa da Criação: Enquanto as comunhões mundiais consideram a possibilidade de estabelecer uma Festa da Criação celebrada ecumenicamente, apelamos às nossas igrejas para que aprofundem a ligação entre a criação e a nossa fé trinitária.
5. A Comissão mista internacional luterano-ortodoxa recomenda que todas as igrejas luteranas que ainda não o fazem comecem a usar traduções do Símbolo de Niceia baseadas no texto original grego, sem o Filioque».

Veja-se o documento em inglês, alemão, espanhol e francês.

16/06/2025

Celebração entre igrejas cristãs recordou a realização do primeiro concílio ecuménico e os desafios que hoje coloca

Foto: COPIC
O Conselho Português das Igrejas Cristãs (COPIC) e a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) promoveram este sábado [14/6/2025] uma celebração ecuménica nacional para assinalar os 1700 do primeiro Concílio de Niceia, que convoca para uma «Igreja indivisa» e «revigora o compromisso ecuménico».
«Niceia hoje vale para nós porque definiu aquilo que é essencial, a fé num Deus que é trino, Pai, Filho e Espírito Santo, deixando também espaço para outras vivências da fé, não uniformizando», afirmou D. Jorge Pina Cabral, bispo da Igreja Anglicana, em declarações à Agência ECCLESIA.
D. Pina Cabral, que preside ao COPIC, recordou que «Niceia era a Igreja indivisa» e foi um «um concílio universal», constituindo um desafio à unidade «naquilo que é essencial».
«Para nós é como que um sinal e um desafio às várias tradições de sermos capazes, como os bispos foram naquela altura, de nos juntarmos novamente para reafirmar a nossa fé naquilo que é essencial, respeitando a diversidade das tradições», indicou.
«Niceia revigora o compromisso ecuménico para nós hoje».
O bispo da Igreja Anglicana lembrou que o encontro entre igrejas cristãs, como o que aconteceu na celebração ecuménica que decorreu na Catedral Lusitana de S. Paulo, este sábado, é um sinal da «reflexão na ação» e de um caminho conjunto «no Espírito Santo».
«Ao celebrarmos o aniversário do primeiro Concílio de Niceia, nós celebramos a mesma fé em Jesus Cristo e esta celebração também nos aproxima, une-nos e compromete-nos. Não poderíamos deixar passar este ano sem nos reunirmos para celebrar este aniversário», afirmou D. Jorge Pina Cabral.
O bispo da Igreja Lusitana de Comunhão Anglicana presidiu à celebração, onde o patriarca de Lisboa fez uma reflexão sobre a «dimensão ecuménica deste aniversário e seu contributo para a unidade visível dos cristãos», indica um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Na homilia, D. Rui Valério afirmou que a celebração ecuménica que assinala os 1700 anos do Concílio de Niceia é um «momento de alegria e de esperança» e, no ambiente da Catedral Lusitana de S. Paulo, um «cenáculo» é sinal de que a comunidade está a «aderir a um projeto maior, a um projeto de dignidade, a um projeto de paz».
Para o padre Peter Stilwell, diretor do Departamento das Relações Ecuménicas e do Diálogo Inter-Religioso, no Patriarcado de Lisboa, a celebração ecuménica foi uma ocasião para fortalecer a consciência de que, «apesar das divisões que ao longo dos séculos se foram multiplicando», os cristãos estão «unidos no essencial» e que o mundo «está realmente carenciado da Boa Nova» que testemunham.
«Um mandato que todos nós temos, apesar dos nossos talentos diferentes, é uma capacidade de reconciliação, de perdão, de entendimento, de construção da paz. Juntando os nossos talentos diferentes podemos colaborar nessa resposta ao mundo», afirmou o padre Peter Stilwell.
No fim da celebração, o bispo da Igreja Anglicana lembrou à Agência ECCLESIA o caminho conjunto entre o Conselho Português das Igrejas Cristãs e a Conferência Episcopal Portuguesa, nomeadamente o «reconhecimento mútuo do batismo, a celebração de uma mesma fé, o compromisso para com a criação, o compromisso para com os migrantes», lembrando que falta o «passo» para a «mesma mesa eucarística».
«Falta ainda o abeirarmos a mesma mesa eucarística. E esse é verdadeiramente um passo que as igrejas têm que dar para sermos ainda mais sinal para o mundo», afirmou.
O Concílio de Niceia teve a missão de preservar a unidade da Igreja, perante correntes teológicas que negavam a plena divindade de Jesus Cristo e a sua igualdade com o Pai, reunindo cerca de 300 bispos, convocados pelo imperador Constantino, a 20 de maio do ano 325.
Os participantes acabaram por definir o «Símbolo de fé», o Credo, que ainda hoje se professa nas celebrações eucarísticas dominicais.

Ecclesia (15 Junho, 2025).

14/06/2025

«Nós cremos»: As Igrejas cristãs no Porto no 17º centenário do I Concílio de Niceia

Divulga-se a sessão «“Nós cremos”: As Igrejas cristãs no Porto no 17º centenário do I Concílio de Niceia», coordenada pela Comissão Ecuménica do Porto, na conclusão do ciclo «Peregrinos de esperança», organizado pelo Centro de Cultura Católica do Porto e pelo Diaconado Portucalense, em colaboração com diversos organismos eclesiais, no contexto do 17º Centenário do I Concílio de Niceia (325).Na sessão anterior foi abordado o referido Concílio, no seu contexto histórico, na evolução na práxis sinodal na época antiga e na profissão fé que nos legou. Na próxima sessão, evoca-se o aniversário de Niceia, na sua relevância para as várias Igrejas cristã e no quadro do movimento ecuménico contemporâneo, também no Porto.
A sessão realiza-se no dia 17 de junho de 2025, terça-feira, às 21 horas, em sala virtual da plataforma Zoom, cuja coordenadas de ingresso se podem pedir para ccc@diocese-porto.pt.

07/06/2025

Viver juntos a fé apostólica hoje: comemoração do 1700.º aniversário do primeiro Concílio Ecuménico de Niceia (325-2025)

Publica-se o comunicado de divulgação da celebração ecuménica promovida pela Conferência Episcopal Portuguesa e pelo Conselho Português das Igrejas Cristãs por ocasião do 17º centenário do I Concílio de Niceia.

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e o Conselho Português de Igrejas Cristãs (COPIC) promovem uma celebração ecuménica nacional, comemorativa do aniversário do Concílio Ecuménico de Niceia. Simbolicamente a celebração ocorrerá no sábado dia 14 de junho, véspera do Domingo da Santíssima Trindade, no qual as Igrejas celebram a doutrina da Trindade expressa no Credo. Terá lugar na Catedral Lusitana de S. Paulo à Rua das Janelas Verdes em Lisboa às 15h00 e estarão presentes representantes de diversas Igrejas e tradições cristãs presentes em Portugal e convidados oficiais.
A cerimónia é uma oportunidade de celebrar a fé comum dos cristãos conforme expressa no Credo formulado no Concílio de Niceia. A celebração desta herança compartilhada permite aprofundar a fé que une os cristãos em Jesus Cristo e reforçar o testemunho conjunto que visa a unidade visível entre os cristãos e o serviço à sociedade. O Sr. Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, apresentará uma reflexão sobre a dimensão ecuménica deste aniversário e seu contributo para a unidade visível dos cristãos.
A liturgia da celebração oferecerá orações de intercessão, baseadas em escritos patrísticos dos séculos II a VIII, que são em si um chamado para um crescimento na fé no testemunho de Deus, Pai, Filho e Espírito Santo no mundo atual. Serão lidos textos da Sagrada Escritura, proclamada a fé uma vez dada aos santos contida no Credo de Niceia e o Pai nosso será recitado em conjunto.
Todos são bem-vindos e convidados a participar num mesmo espírito fraterno de oração e ação de graças ao Deus Uno e Trino fonte de comunhão e de amor.

Lisboa, 3 de junho de 2025.


12/05/2025

Juntos pela Europa na Igreja de Cedofeita

Na sexta-feira, 9 de maio de 2025, a Igreja de Cedofeita acolheu um momento de oração ecuménico no âmbito da iniciativa Juntos pela Europa, que reuniu cristãos da cidade do Porto, juntamente com representantes de diferentes Igrejas, Movimentos e Comunidades.
Num ambiente de profunda espiritualidade, invocou-se a Paz, a Luz e a Coragem , com um desejo comum: que todos os homens e mulheres de boa vontade se tornem verdadeiros construtores de pontes entre os povos .
Foi um encontro simples, mas profundamente significativo. Num clima de fraternidade e recolhimento, elevou-se uma oração comum pela Europa e pela paz no mundo . Durante a celebração, foi realizado um gesto simbólico: um disco foi suspenso para cada país indicado na oração, num sinal de compromisso espiritual e solidariedade com essas nações. Um ritual pequeno, mas cheio de esperança, que ganhou força à medida que a lista de países crescia.
A oração começou com um canto da Igreja Ortodoxa Russa e terminou com a delicadeza de um coral infantil da Igreja Ortodoxa Ucraniana – uma expressão tocante de reconciliação e unidade.
Este momento deixou marcas nos corações de todos os participantes . Recordou-nos que uma oração partilhada pode ser o primeiro passo para um mundo mais justo, fraterno e pacífico.
Juntos pela Europa é uma rede de mais de 300 Comunidades e Movimentos cristãos de diversas Igrejas por toda a Europa. Unidos pelos carismas e dons recebidos de Deus, percorrendo o caminho da comunhão e da fraternidade, sinal da vocação da Europa à unidade.



19/01/2025

Igrejas cristãs afirmam juntas a «opção pela paz»

As Igrejas cristãs que participam no movimento ecuménico, em Portugal, assinalaram em conjunto o início do Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos numa celebração que afirmou a «opção pela paz».
«Ao celebrarmos a fé em Jesus Cristo, celebramos uma opção pela paz, pela reconciliação, pela compreensão e pelo diálogo que, percebemos hoje mais do que nunca, são modos de estar, vivências e valores cada vez mais necessários no nosso mundo», disse à Agência Ecclesia o bispo D. Jorge Pina Cabral.
Para o responsável pela Igreja Lusitana, de Comunhão Anglicana, em Portugal, é «muito importante hoje as religiões estarem unidas, é muito importante o diálogo, é muito importante a cooperação para dizer que as guerras que são feitas em nome das religiões não são verdadeiras».
«Não é a religião ou as incompatibilidades entre religiosos que provocam as guerras, mas uma sede de poder, de política, de autoridade», afirmou.
«As religiões hoje estão unidas na promoção da paz», sublinhou.
Entre este sábado, 18 de janeiro, e o dia 25, assinala-se a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, este ano centrada no tema «Crês nisso?», lembrando também os 1700º aniversário do primeiro Concílio Ecuménico, realizado em Niceia.
Para este ano de 2025, as orações e reflexões para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos foram preparadas pelos irmãos e irmãs da comunidade monástica de Bose, no Norte da Itália, e a celebração ecuménica nacional de abertura do oitavário decorreu na tarde deste sábado, na Paróquia Lusitana de São João Evangelista, em Vila Nova de Gaia.
A celebração ecuménica nacional, presidida por D. Jorge Pina Cabral, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Gaia e de representantes das várias igrejas cristãs, nomeadamente D. Roberto Mariz, bispo auxiliar do Porto, e D. Manuel Felício, administrador apostólico da Diocese da Guarda e que acompanha na Conferência Episcopal Portuguesa o tema do ecumenismo.
Em declarações à Agência Ecclesia, D. Roberto Mariz disse que o início da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos situa-se num «patamar de esperança» e espera «passos claros, concretos» rumo à unidade, na pluralidade da «vivência cristã» e na «mesma fé em Jesus e no mesmo Evangelho».
«Assim nos possamos apresentar no mundo: na nossa pluralidade, numa verdadeira unidade, a partir do Espírito. E nessa unidade, possamos ser um sinal profético num mundo dilacerado por guerras e conflitos», disse o bispo auxiliar do Porto.
D. Roberto Mariz referiu que o encontro entre religiões cristãs desafia a sociedade à «unidade, na tolerância das suas diferenças» e valorizou o diálogo ecuménico como oportunidade de «fazer pontes».
«O diálogo ecuménico tem uma importância essencial: permite sentarmo-nos à mesma mesa, olharmo-nos no rosto, sentirmos as palavras que ecoam o nosso coração, os pensamentos que cruzamos em torno do nosso credo, da nossa crença e das vivências da fé, no concreto de cada religião. Que possamos, nesse diálogo, fazer pontes no respeito de uns pelos outros e caminhando irmãmente», disse o bispo auxiliar do Porto.
Na reflexão que partilhou na celebração, D. Roberto Rosmarinho Mariz recordou os 1700 anos do I Concílio Ecuménico de Niceia, que ocorreu no «início da liberdade de culto no império romano, num esforço por encontrar os termos e conceitos centrais da fé cristã, ultrapassando as divisões e conflitos».
«Um caminho percorrido em conjunto, sinodalmente, para se encontrar os termos convergentes em torno da fé que brota do mesmo Evangelho. Conseguiram. E hoje? Podemos conseguir hoje. Devemos conseguir», afirmou.
O bispo auxiliar do Porto disse que a «fé é a âncora, a motivação e a razão» para que crentes de várias confissões estejam «reunidos e unidos em Oração pela unidade de todos cristãos».
«É importante deixar ideias pessoais, preconceitos e elementos acessórios para nos centrarmos no essencial, naquilo que nos une», indicou D. Roberto Mariz.
O tema da Semana – «Crês nisso?» – é inspirado no diálogo entre Jesus e Marta, quando Jesus visitou a casa de Marta e Maria em Betânia, após a morte de seu irmão Lázaro, conforme narra o evangelista João.
O oitavário pela unidade da Igreja, hoje com outra denominação, começou a ser celebrado em 1908, por iniciativa do norte-americano Paul Wattson, presbítero anglicano que mais tarde se converteu ao catolicismo.
As principais divisões entre as Igrejas cristãs ocorreram no século V, depois dos Concílios de Éfeso e de Calcedónia (Igreja copta, do Egito, entre outras); no século XI com a cisão entre o Ocidente e o Oriente (Igrejas Ortodoxas); no século XVI, com a Reforma Protestante e, posteriormente, a separação da Igreja de Inglaterra (Anglicana).

Ecclesia (18 jan, 2025)