27/01/2020

Celebração ecuménica no Porto no âmbito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

A 24 de janeiro de 2020, às 21 horas, realizou-se a Celebração Ecuménica do Porto, no âmbito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. A notícia seguinte e as fotos que a acompanham provêm do semanário diocesano Voz Portucalense.

Decorreu na passada sexta-feira, 24 de janeiro, na Igreja Metodista do Mirante, uma Celebração Ecuménica com a presença dos hierarcas das Igrejas Cristãs do Porto. Um momento de oração organizado pela Comissão Ecuménica do Porto por ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18-25 jan). A Comissão Ecuménica do Porto é constituída pela Igreja Católica, Igreja Lusitana de Comunhão Anglicana, Igreja Anglicana, Igreja Metodista, Igreja Evangélica Luterana Alemã do Porto, Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo e Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Constantinopla.
A Igreja Metodista do Mirante, situada na Praça Coronel Pacheco, bem no centro da cidade do Porto, foi pequena para o número de participantes neste encontro de oração. Um encontro que foi precedido no domingo, 19 de janeiro, por uma oração especial conjunta, vivida em cada comunidade, afirmando a unidade dos cristãos do Porto contra o grave problema da violência doméstica. A isso se referiu D. Manuel Linda na homilia que proferiu na celebração ecuménica aproveitando para apontar duas hipóteses de temáticas sociais que podem ser objeto de uma declaração pública das Igrejas Cristã do Porto no futuro: a realidade dos sem-abrigo e a solidão.
Na sua homilia, o bispo do Porto, partindo da Leitura dos Atos dos Apóstolos proposta na oração, salientou que a “humanidade não controla a Natureza” e que não obstante a confiança na tecnologia, não é isso que que salva a humanidade, mas sim Jesus Cristo.
D. Manuel Linda referiu ainda que o exemplo de S. Paulo na leitura proclamada demonstra que “no meio do medo há luz e esperança”. E a religião deve trazer ao mundo essa “palavra de esperança” – afirmou. E num mundo onde aumenta a solidão, também entre os jovens – assinalou o bispo do Porto – é essencial abrir o coração para receber e dar, como fizeram os náufragos do texto dos Atos dos Apóstolos.
RS

25/01/2020

Roteiro Ecuménico do Porto 2020

Publicamos a seguir o Roteiro Ecuménico do Porto 2020, acompanhado do texto que a Comissão Ecuménica do Porto preparou para o a sua divulgação.

«Em cada ano, a Comissão Ecuménica do Porto (www.ecumenismoporto.org), de que fazem partes as Igrejas Católica Romana, Lusitana (Comunhão Anglicana), Metodista, Evangélica Alemã do Porto, Capelania Inglesa St James da Igreja Anglicana, Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo e Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Constantinopla, propõe um roteiro ecuménico para a cidade do Porto, onde de forma livre e aberta, qualquer pessoa de sensibilidade confessional diferente pode encontrar e participar em tempos de oração pela unidade, aprender a conhecer e a apreciar celebrações e outras formas de vida espiritual de outras Igrejas, em comunhão com o espírito da Carta Ecuménica para a Europa, assumida no ano 2001.
O novo Roteiro pretende proporcionar, geralmente uma vez em cada mês, novas oportunidades na dimensão celebrativa e orante, estudos bíblicos e conferências, destacando, no mês de maio, uma tertúlia sobre a Violência Doméstica “(re)agir como Cristãos”, bem como iniciativas em prol da justiça climática, tais como "Salvar os Oceanos" e a Oração Ecuménica integrada no Tempo da Criação.
Sob o lema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: “Trataram-nos com uma amabilidade fora do comum” (cf. Atos 28, 2), somos desafiados à abertura e participação, entendimento e acolhimento desinteressado do Outro, numa lógica de diálogo fraterno, onde a especificada das diferenças pode constituir, efetivamente, a riqueza da diversidade do corpo de Cristo».



Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 25 de janeiro de 2020

DIA 8

Generosidade: Receber e dar

Atos 28,8-10
O pai de Públio estava então de cama, tomado de febres e disenteria. Paulo acudiu à sua cabeceira e, pela oração e imposição de mãos, curou-o. Depois disso, todos os outros habitantes da ilha que estavam doentes vinham ter com ele e por sua vez eram curados. Eles trataram-nos com todas as honras e, quando partimos, deram-nos tudo o que era necessário.

Salmo 103,1-5
Mateus 10,7-8

Reflexão
Esta história está cheia de situações onde se dá e se recebe: Paulo recebeu benevolência fora do comum dos habitantes da ilha; Paulo dá a cura ao pai de Públio e a outros; tendo perdido tudo na tempestade, os 276 recebem muitas provisões quando partiram. Como cristãos, somos chamados a praticar esta benevolência fora do comum. Mas para dar precisamos primeiro de aprender a receber - de Cristo e de outros. Mais frequentemente do que percebemos, somos destinatários de atos de benevolência feitos por pessoas que são diferentes de nós. Esses atos também apontam para a generosidade e a cura que nos vem de nosso Senhor. Nós, que fomos curados pelo Senhor, temos a responsabilidade de passar adiante o que recebemos.

Oração
Deus, doador de vida, nós vos agradecemos pelo dom do vosso amor compassivo que nos conforta e nos fortalece. Oramos para que nas nossas Igrejas possamos sempre estar abertos para receber os dons uns dos outros. Concedei-nos um espírito de generosidade para todos ao caminharmos unidos na direção da unidade cristã. Isso vos pedimos em nome de vosso Filho que reina convosco e com o Espírito Santo. Amém

24/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 24 de janeiro de 2020

DIA 7

Conversão: Mudar os nossos corações e mentes

Atos 28,3-6
Paulo tinha juntado uma braçada de lenha seca e lançou-a ao fogo, quando o calor fez sair dela uma víbora que se prendeu na sua mão. Quando os nativos viram esse animal dependurado na mão dele, diziam uns aos outros: “Este homem é certamente um assassino; ele conseguiu escapar do mar, mas a justiça divina não lhe permite viver.” Paulo, na realidade, sacudiu o bicho no fogo, sem sofrer o menor mal. Eles contavam vê-lo inchar ou cair subitamente morto; mas, após longa espera, constataram que nada de anormal lhe acontecia. Mudando então de opinião, repetiam: “É um deus!”

Salmo 119,137-144
Mateus 18,1-6

Reflexão
Os nativos perceberam que o julgamento que tinham feito de Paulo de que ele fosse um assassino estava errado e então mudaram de opinião. O extraordinário evento com a víbora leva os nativos a ver as coisas de um novo modo, um modo que poderia prepará-los para ouvir a mensagem de Cristo através de Paulo. Na nossa busca da unidade cristã e da reconciliação somos frequentemente desafiados a repensar a maneira como avaliamos outras tradições e culturas. Isso exige uma crescente conversão a Cristo, na qual as Igrejas aprendem a superar a sua perceção das outras como uma ameaça. Como resultado, as nossas visões pejorativas dos outros serão abandonadas e seremos conduzidos mais de perto à unidade.

Oração
Deus Todo-poderoso, voltamos para vós os nossos corações arrependidos. Na nossa sincera busca pela vossa verdade, purificai-nos das nossas injustas opiniões sobre os outros e conduzi as Igrejas a um crescimento na comunhão. Ajudai-nos e deixar de lado os nossos receios, e assim a compreendermo-nos melhor uns aos outros e aos estranhos que estão em nosso meio. Isso vos pedimos em nome daquele que é o Justo, vosso amado Filho, Jesus Cristo. Ámem.

23/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 23 de janeiro de 2020

DIA 6

Hospitalidade: Demonstrar uma amabilidade fora do comum

Atos 28,1-2.7
Já fora de perigo, soubemos que a ilha se chamava Malta. Os nativos demonstraram-nos uma amabilidade fora do comum. Com efeito, acendendo uma grande fogueira, eles convidaram-nos a todos a aproximar-nos, pois começara a chover e fazia frio... Havia, nos arredores, terras que pertenciam ao primeiro magistrado da ilha, chamado Públio. Ele acolheu-nos e hospedou-nos amigavelmente durante três dias.

Salmo 46
Lucas 14,12-24

Reflexão
Depois dos traumas e conflitos da tempestade no mar, o cuidado prático oferecido pelos habitantes da ilha foi entendido como uma amabilidade fora do comum por aqueles que estavam encharcados na praia. Tal amabilidade demonstra a nossa humanidade comum. O Evangelho ensina-nos que quando cuidamos daqueles que estão em sofrimento estamos a mostrar amor pelo próprio Cristo (cf. Mateus 25,40). Além disso, quando mostramos uma bondade amorosa para com os fracos e desvalidos estamos a sintonizar o nosso coração com o coração de Deus, no qual os pobres têm um lugar especial. Acolhendo os que vêm de fora, sejam eles pessoas de outras culturas e crenças, imigrantes ou refugiados, estamos ao mesmo tempo a amar o próprio Cristo e a amar como Deus ama. Como cristãos, somos chamados a ir adiante na fé e a alcançá-los com o amor de Deus que é para todos, mesmo para aqueles que temos dificuldade de amar.

Oração
Deus do órfão, da viúva e do estrangeiro, colocai no nosso coração um profundo sentido de hospitalidade. Abri os nossos olhos e corações quando nos pedis para vos alimentar, vos vestir e vos visitar. Que as nossas Igrejas possam participar na erradicação da fome, da sede, do isolamento e da superação das barreiras que não nos permitem acolher a todos. Isso vos pedimos em nome de vosso Filho, Jesus, que está presente nos mais pequenos dos nossos irmãos e irmãs. Amém.

22/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 22 de janeiro de 2020

DIA 5

Fortalecimento: Partilhar o pão para a viagem

Atos 27,33-36
Enquanto se esperava o dia, Paulo exortou todos a se alimentarem, dizendo: “É hoje o décimo quarto dia que passais na expectativa, sem comer, e ainda não comestes nada. Torno a dizer, nenhum de vós perderá um só cabelo de sua cabeça”. Dizendo isto, ele tomou o pão, deu graças a Deus na presença de todos, partiu-o e pôs-se a comer. Todos então, recuperando a coragem, puseram-se também a comer.

Salmo 77
Marcos 6,30-44

Reflexão
O convite de Paulo para comerem é uma exortação para que os que estavam no barco se fortalecessem para o que viria adiante. Esse ato de tomar o pão marca uma mudança de atitude, dado que os que estavam no navio passam do desespero à coragem. De modo semelhante, a Eucaristia ou Ceia do Senhor providencia para nós alimento para a nossa jornada e nos reorienta para a vida em Deus. Somos fortalecidos. A partilha do pão – no coração da vida e do culto da comunidade cristã – edifica-nos quando nos comprometemos a servir como cristãos. Aguardamos o dia em que todos os cristãos poderão partilhar a mesma mesa da Ceia do Senhor e se fortalecer a partir de um mesmo pão e de um mesmo cálice.

Oração
Deus Amoroso, o vosso Filho Jesus Cristo partiu o pão e partilhou o cálice com os seus amigos na véspera da sua Paixão. Queremos crescer juntos em comunhão mais próxima, seguindo o exemplo de Paulo e dos primeiros cristãos. Dai-nos força para construir pontes de compaixão, solidariedade e harmonia. Inspirados pelo Espírito Santo, isso vos pedimos em nome de vosso Filho, que dá a sua vida para que possamos viver. Amém.

21/01/2020

Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos - 21 de janeiro de 2020

DIA 4

Confiança: Não tenhas medo, crê

Atos 27,23-26

Com efeito, esta noite mesmo, um anjo do Deus a quem pertenço e a quem sirvo apresentou-se a mim e disse-me: “Não tenhas medo, Paulo: é necessário que compareças diante do imperador; e Deus também te concede a vida de todos os teus companheiros de travessia.” Coragem, pois, meus amigos! Eu tenho confiança em Deus: sucederá como ele me disse! Devemos naufragar em alguma ilha.

Salmo 56
Lucas 12,22-34

Reflexão
No meio da tempestade o encorajamento e a esperança de Paulo contrastavam com o medo e o desespero dos seus companheiros de viagem. O convite para em conjunto sermos discípulos de Cristo também traz um sinal de contradição. Num mundo violentamente dividido com temores, somos chamados a ser testemunhas de esperança, colocando a nossa confiança na providência amorosa de Deus. A experiência cristã mostra-nos que Deus escreve certo por linhas tortas. E sabemos, apesar de todas as previsões, que não nos vamos afogar ou ficar perdidos porque o amor fiel de Deus permanece para sempre.

Oração
Deus Todo-poderoso, o nosso sofrimento pessoal leva-nos a chorar de dor e encolhemo-nos de medo quando experimentamos a doença, a ansiedade ou a morte daqueles que amamos. Ensinai-nos a confiar em vós. Que as Igrejas a que pertencemos sejam sinais do vosso cuidado providencial. Fazei de nós verdadeiros discípulos do vosso Filho, que nos ensinou a ouvir a vossa Palavra e a servir uns aos outros. Confiantes vos pedimos isso em nome do vosso Filho e pelo poder do Espírito Santo. Amém.

20/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 20 de janeiro de 2020

DIA 3

Esperança: Mensagem de Paulo

Atos 27,22.34
Mas agora eu convido-vos a manter a coragem; pois nenhum de vós perderá a vida, somente o navio se perderá... nenhum de vós perderá um cabelo sequer da sua cabeça.

Salmo 27
Mateus 11,28-30

Reflexão
Como cristãos que pertencem a Igrejas e a tradições que não estão completamente reconciliadas entre si, ficamos frequentemente desanimados pela falta de progresso na direção da unidade visível. De facto, alguns desistiram de toda a esperança e veem a unidade como um ideal inatingível. Outros nem sequer veem a unidade como uma parte necessária da sua fé cristã. Ao orarmos por esse dom da unidade visível, façamos isso com firmeza de fé, paciência insistente e esperança animadora, confiando na amorosa providência de Deus. A unidade está na prece do Senhor pela sua Igreja e ele acompanha-nos nessa jornada. Não ficaremos perdidos.

Oração
Deus de misericórdia, perdidos e desanimados, voltamo-nos para vós. Colocai em nós o vosso dom da esperança. Que as nossas Igrejas tenham esperança e trabalhem pela unidade pela qual o vosso Filho orou na véspera da sua Paixão. Isso vos pedimos através dele, que vive e reina convosco e com o Espírito Santo para sempre. Amém.

19/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 19 de janeiro de 2020

DIA 2

Iluminação: Buscar e apresentar a Luz de Cristo

Atos 27,20
Desde há vários dias nem o sol nem as estrelas apareciam; a tempestade, de uma violência pouco comum, continuava perigosa: doravante, toda a esperança de sermos salvos nos desamparava.

Salmo 119,105-110
Marcos 4,35-41

Reflexão
Cristo é a nossa luz e o nosso guia. Sem a luz e a orientação de Cristo, ficamos desorientados. Quando os cristãos perdem Cristo de vista, ficam assustados e divididos entre si. Além disso, muitas pessoas de boa vontade fora da Igreja ficam incapazes de ver a luz de Cristo porque no meio das nossas divisões refletimos menos claramente essa luz ou, às vezes, bloqueamo-la completamente. À medida que buscamos a luz de Cristo, aproximamo-nos cada vez mais uns dos outros e assim contemplamos essa luz com mais clareza, tornando-nos realmente um sinal de Cristo, a luz do mundo.

Oração
Deus, a vossa palavra é luz para os nossos passos e sem vós ficamos perdidos e desorientados. Iluminai-nos para que, através da vossa palavra, possamos seguir pelo vosso caminho. Que as nossas Igrejas busquem intensamente a vossa presença orientadora, consoladora e transformadora. Dai-nos a honestidade de que precisamos para reconhecermos quando tornamos difícil para outros a visão da vossa luz e a graça de que necessitamos para partilhar essa luz com outros. Isso vos pedimos em nome de vosso Filho, que chamou a nós, seus seguidores, para sermos luz para o mundo. Amém.

18/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 18 de janeiro de 2020

DIA 1 

Reconciliação: Atirar a carga ao mar

Atos 27,18-19.21
No dia seguinte, como fossemos sempre violentamente sacudidos pela tempestade, atirou-se carga ao mar e, no terceiro dia, com as próprias mãos, os marinheiros deitaram à água os apetrechos do navio... Há muito tempo que não comíamos nada, quando Paulo, de pé no meio deles, lhes disse: Estais a ver, meus amigos, tinha sido melhor terdes seguido o meu conselho, não deixar Creta e evitar assim estes prejuízos e perdas.

Salmo 85
Lucas 18,9-14

Reflexão
Como cristãos de diferentes Igrejas e tradições, temos infelizmente, ao longo dos séculos, acumulado muita bagagem que consiste em mútua desconfiança, amargura e suspeita. Agradecemos ao Senhor pelo nascimento e crescimento do movimento ecuménico no século passado. O nosso encontro com cristãos de outras tradições e a nossa oração comum pela Unidade dos Cristãos animam-nos a buscar reciprocamente o perdão, a reconciliação e a aceitação. Não podemos permitir que a bagagem do nosso passado nos impeça de nos aproximarmos cada vez mais uns dos outros. É vontade do Senhor que deixemos isso de lado, para aí dar lugar a Deus!

Oração
Deus misericordioso, libertai-nos das dolorosas lembranças do passado que ferem a nossa  vida cristã compartilhada. Conduzi-nos à reconciliação para que, pela força do Espírito Santo, possamos superar o ódio com amor, a ira com gentileza e a suspeita com confiança. Isso vos pedimos em nome de vosso amado Filho, nosso irmão Jesus. Amém

16/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no Porto



A Comissão Ecuménica do Porto promove a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, com uma série de iniciativas que visam fortalecer o caminho da unidade desejado por Jesus Cristo, este ano sob o tema “Trataram-nos com uma amabilidade fora do comum” Atos 28, 2, seguindo as propostas celebrativas e de oração, este ano preparadas pelas Igrejas da Ilha de Malta.
Perante a gravidade da violência doméstica, algo a que a consciência social reage fortemente, os “hierarcas” das Igrejas que integram a Comissão Ecuménica do Porto: Igreja Lusitana de Comunhão Anglicana, Igreja Anglicana, Igreja Metodista, Igreja Evangélica Luterana Alemã do Porto, Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo, Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Constantinopla acordaram um gesto de repúdio desse género de violência e de invocação do Espírito de Deus para que conceda às famílias o dom da paciência, do respeito e da paz. E combinou-se um dia comum para todos: dia 19 de janeiro para que em todas as celebrações nas várias confissões cristãs seja realizada uma oração própria e se possível a problemática seja refletida nas homilias, sermões, reflexões e grupos.

Oração sobre a Violência Doméstica
Na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2020

Dentro da semana em que oramos pela unidade de todos os cristãos, pedimos ao nosso Deus que proteja todas as famílias da violência doméstica e ampare aquelas que vivem este sofrimento dentro de suas portas.
É a família que nos sustenta, nos orgulha e nos realiza. Normalmente, amamos a nossa família com o mesmo amor com que nos amamos a nós próprios...
Hoje, oramos por uma família que se define, se constrói e se une pelo Dom que Deus faz de Si próprio no nosso amor.
Oramos por um amor livre, mas comprometido;
Amor gratuito e que também sabe receber;
Amor intenso, mas equilibrado;
Amor apaixonado e ao mesmo tempo consciente...
Oramos por um amor mais forte do que a fraqueza,
Mais entregue do que pedido,
Mais doado do que um direito.
O Filho de Deus encarnado ensina-nos que todos merecemos ser amados assim. E os outros também merecem ser assim amados por nós.
Hoje pedimos a Deus, Pai de todos nós, pelo seu Filho jesus Cristo, no Amor do Espírito Santo, que a violência não entre nas nossas casas e todos vivam em paz.
Ámen.

10/01/2020

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro de 2020)

«Trataram-nos com uma amabilidade fora do comum»
(At 27,18 - 28,10) 

Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade Cristã de 2020 foram preparados pelas Igrejas cristãs em Malta e Gozo (Cristãos Unidos em Malta). Em 10 de fevereiro, muitos cristãos em Malta celebram a festa do naufrágio de São Paulo, destacando e agradecendo a chegada da fé cristã nessas ilhas. A leitura de Atos dos Apóstolos usada na festa é o texto escolhido para a Semana de Oração deste ano.
A história começa com Paulo a ser levado para Roma como prisioneiro (At 27,1ss). Paulo está preso, mas mesmo numa viagem que se torna perigosa, a missão de Deus continua através dele.
Essa narrativa é um clássico drama da humanidade confrontada com o aterrorizante poder dos elementos da natureza. Os passageiros do navio estão expostos às forças do mar e das poderosas tempestades que se erguem ao seu redor. Essas forças levam-nos a um território desconhecido, onde estão perdidos e sem esperança.
As 276 pessoas a bordo do navio são divididas em grupos distintos. O centurião e seus soldados têm poder e autoridade mas dependem da perícia e da experiência dos marinheiros. Embora todos estejam assustados e vulneráveis, os prisioneiros são os mais vulneráveis de todos. As suas vidas são consideradas dispensáveis, eles estão em risco de uma execução sumária (cf. 27,42). À medida que a história se desenvolve, sob pressão e temendo por suas vidas, vemos desconfiança e suspeita a ampliar as divisões entre os diferentes grupos.
Notavelmente, porém, Paulo ergue-se como um centro de paz no tumulto. Ele sabe que a sua vida não é governada por forças indiferentes ao seu destino, mas está segura nas mãos do Deus a quem ele pertence e serve (cf. 27,23). Por causa da sua fé, ele está confiante de que se erguerá diante do imperador em Roma, e na força da sua fé pode erguer-se diante dos seus companheiros de viagem e dar graças a Deus. Todos estão encorajados. Seguindo o exemplo de Paulo, eles partilham pão, unidos numa nova esperança e confiando nas suas palavras.
Isso indica o tema principal dessa passagem: a providência divina. Foi decisão do centurião navegar com mau tempo, mas ao longo da tempestade os marinheiros tomam decisões sobre como lidar com o navio. Mas ao final os seus próprios planos são alterados e, somente permanecendo juntos e permitindo que o navio naufrague, eles chegam a ser salvos pela divina providência. O navio e toda a sua valiosa carga perder-se-ão, mas todas as vidas serão salvas: “nenhum de vós perderá um cabelo sequer da vossa cabeça” (cf. 27,34; Lc 21,18). Na nossa busca da unidade cristã, entregar-nos à divina providência vai exigir deixar de lado muitas coisas a que estamos profundamente ligados. O que importa para Deus é a salvação de todas as pessoas.
Esse grupo de pessoas diversas e em conflito desembarca numa ilha (cf 27,26). Tendo sido jogados juntos no mesmo navio, chegam ao mesmo destino, onde a sua unidade humana se manifesta na hospitalidade que recebem dos nativos da ilha. Ao unirem-se ao redor do fogo, cercados por um povo que nem os conhece nem os compreende, as diferenças de poder e posição social esvaem-se. Os 276 não estão mais na dependência de forças indiferentes, mas envolvidos pela amorosa previdência de Deus, que se mostra presente através de um povo que lhes demonstra uma “benevolência fora do comum” (cf. 28,2). Com frio e molhados, eles podem aquecer-se e secar perto do fogo. Com fome, recebem comida. São abrigados até que seja seguro para eles continuar a viagem.
Hoje muitas pessoas estão a enfrentar terrores semelhantes nesses mesmos mares. Os mesmos lugares mencionados no texto lido (cf. 27,1; 28,1) também fazem parte das histórias de migrantes de tempos modernos. Em outras partes do mundo muitos outros estão fazendo jornadas igualmente perigosas por terra e pelo mar para escapar de desastres naturais, guerra e pobreza. As suas vidas também estão expostas a forças imensas e friamente indiferentes - não apenas naturais, mas também políticas, económicas e humanas. Essa indiferença humana assume várias formas: a indiferença dos que vendem lugares em barcos inadequados para pessoas desesperadas; a indiferença que leva à decisão de não enviar barcos de socorro; a indiferença que faz mandar embora barcos de imigrantes. Isso são apenas alguns exemplos. Como cristãos unidos encarando as crises da migração, essa história desafia-nos: apoiamos as frias forças da indiferença, ou mostramos “benevolência fora do comum” e tornamo-nos testemunhas da amorosa providência de Deus para todas as pessoas?
A hospitalidade é uma virtude muito necessária na nossa busca da unidade cristã. É uma prática que nos leva a uma maior generosidade para os necessitados. As pessoas que mostraram benevolência fora do comum a Paulo, e os seus companheiros não conheciam ainda Cristo, mas mesmo assim é através da sua benevolência fora do comum que um povo dividido vai ficando unido. A nossa própria unidade cristã será descoberta não apenas ao mostrarmos hospitalidade de uns para os outros, embora isso seja muito importante, mas também através de encontros amigáveis com aqueles que não partilham a nossa língua, cultura ou fé.
Em tais viagens tempestuosas e encontros casuais, a vontade de Deus para a Igreja e para todas as pessoas será cumprida. Como Paulo proclamará em Roma, a salvação de Deus foi enviada a todos os povos (cf. At 28,28).
As reflexões para os oito dias e a celebração serão baseadas no texto dos Atos dos Apóstolos. Os temas para os oito dias são:
Dia 1: Reconciliação: Atirar a carga ao mar.
Dia 2: Iluminação: Buscar e apresentar a luz de Cristo.
Dia 3: Esperança: Mensagem de Paulo
Dia 4: Confiança: Não tenhas medo, crê.
Dia 5: Fortalecimento: Partilhar o pão para a viagem.
Dia 6: Hospitalidade: Demonstrar uma amabilidade fora do comum.
Dia 7: Conversão: Mudar os nossos corações e mentes
Dia 8: Generosidade: Receber e dar.

Porto: Gesto ecuménico de repúdio da violência doméstica

D. Manuel Linda, Bispo do Porto, deu a conhecer, a 3 de janeiro, na sua conta na rede social Tweet, o gesto acordado com as restantes Igreja Cristãs que integram a Comissão Ecuménica do Porto: «As Igrejas Cristãs do movimento ecuménico do Porto [...] combinaram comigo um gesto de repúdio da violência doméstica: uma oração a 19/01, início da Semana da Unidade dos Cristãos».

A 10 de janeiro, o P. Mário Henrique Melo, presidente da Comissão Diocesana para o Ecuménico, prestou declarações sobre o assunto à Agência Ecclesia. Assim refere a notícia da referida Agência:

«As comunidades cristãs do Porto, entre elas a Igreja Católica, vão rezar em conjunto, no próximo dia 19, contra a violência doméstica, num gesto que vai unir as Igrejas Católica, Lusitana, Anglicana, Metodista, Luterana e Ortodoxa.
O responsável pela Comissão Ecuménica Diocesana do Porto (Igreja Católica) disse hoje à Agência ECCLESIA que a iniciativa de “repúdio contra a violência doméstica” foi uma “decisão dos hierarcas, todos juntos”, que se vai concretizar numa oração comum nas Missas e celebrações desse dia, durante a semana anual dedicada à Unidade dos Cristãos.
“Queremos associar-nos com a nossa oração, com a nossa sensibilidade, das nossas comunidades, para ver se contribuímos de alguma forma para que isso se resolva. Há de ter a sua importância na sensibilização, na educação, é essa a intenção”, explica o padre Mário Henrique Melo.
O sacerdote salientou que as Igrejas Cristãs que integram o movimento ecuménico no Porto querem unir-se “numa oração comum ao mesmo Deus”, num sinal de comunhão e “contra um problema que é evidente na sociedade” como a violência doméstica.
“É muito importante que as Igrejas Cristãs se unam não só por motivos religiosos, mas também por motivos que defendem valores. Nós partilhamos valores, não partilhamos só a fé”, assinalou.
O padre Mário Henrique Melo explica que a oração comum que vai ser lida nas Igrejas Cristãs – nas Missas Católicas, durante o momento da ação de graças – “é uma oração comprometida”, uma vez que a violência doméstica “se manifesta de múltiplas formas”, inclusive nas famílias cristãs».

Juntamente com uma mensagem de 6 de janeiro, dirigida por D. Manuel Linda aos padres da diocese do Porto, seguia a referida oração:

«Dentro da semana em que rezamos pela unidade de todos os cristãos, pedimos ao nosso Deus que proteja todas as famílias da violência doméstica e ampare aquelas que vivem este sofrimento dentro de suas portas. 
É a família que nos sustenta, nos orgulha e nos realiza. Normalmente, amamos a nossa família com o mesmo amor com que nos amamos a nós próprios... 
Hoje, rezamos por uma família que se define, se constrói e se une pelo Dom que Deus faz de Si próprio no nosso amor. Assim: 
Rezamos por um amor livre, mas comprometido; 
Amor gratuito e que também sabe receber; 
Amor intenso, mas equilibrado; 
Amor apaixonado e ao mesmo tempo consciente... 
Rezamos por um amor mais forte do que a fraqueza, 
Mais entregue do que pedido, 
Mais doado do que um direito. 
O Filho de Deus encarnado ensina-nos que todos merecemos ser amados assim. E os outros também merecem ser assim amados por nós. 
Hoje pedimos a Deus, Pai de todos nós, pelo seu Filho jesus Cristo, no Amor do Espírito Santo, que a violência não entre nas nossas casas e todos vivam em paz. Ámen».