03/12/2021

Encontro alargado da Comissão Ecuménica do Porto

Responsáveis das Igrejas de sensibilidade ecuménica do Grande Porto, estiveram reunidos para orar, partilhar visões e confraternizar na terça-feira, 29 de novembro de 2021, na Casa Diocesana de Vilar.
A cidade do Porto, fazendo jus ao seu nome, desde a década 50 do século passado tem sido um verdadeiro “porto ecuménico”, com várias pontes, margens que se ligam e religam e em que convergem várias iniciativas, encontros, atividades e organizações ecuménicas, mas sobretudo, um povo com coração e espírito abertos, atento e atuante.
A criação da atual Comissão Ecuménica do Porto, em moldes diferentes, surgiu da visão comum dos Bispos D. Armindo Lopes Coelho (da Igreja Católica Romana), D. Fernando Soares (da Igreja Lusitana) e Sifredo Teixeira (da Igreja Metodista), bem como de outros responsáveis eclesiais que pretendiam formar uma Comissão verdadeiramente ecuménica na cidade. E o sonho tornou-se realidade, em novembro de 2005.
Começou por ser constituída por dois representantes (um clérigo e um leigo) das seguintes Igrejas: Igreja Católica Romana (Diocese do Porto), Igreja Evangélica Alemã do Porto, Igreja Evangélica Metodista Portuguesa (Circuito do Porto) e Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica (Comunhão Anglicana).
Atualmente, também integram esta Comissão a Igreja Ortodoxa do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo e em algumas oportunidades, Igreja Inglesa de St. James e no último encontro um responsável do Exército de Salvação.
Desde então, mensalmente, a Comissão Ecuménica do Porto reúne para orar, acolher a palavra de Deus, discernir e promover caminhos de unidade para os cristão do grande Porto.




11/09/2021

Porto acolhe o Fórum Ecuménico Jovem

«Jovens e ecumenismo: a urgência de construir pontes» é o tema do encontro.

Será no próximo sábado, 18 de setembro, que terá lugar no Porto o Fórum Ecuménico Jovem (FEJ). Segundo nota enviada para VP «ao longo deste dia, jovens de várias Igrejas e comunidades cristãs existentes em Portugal percorrerão ruas do Porto e de Gaia, num percurso de partilha, encontro, caminho e celebração».
Esta será a 22ª edição do FEJ com o tema «Jovens e ecumenismo: a urgência de construir pontes». Um encontro anual que «congrega mais de duas centenas de jovens cristãos de diferentes Igrejas e comunidades, para juntos orarem, refletirem e aproximarem as Igrejas no diálogo e entendimento mútuos».
O FEJ é uma organização conjunta do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (Igreja Católica) e dos Departamentos Juvenis das Igrejas Lusitana, Metodista e Presbiteriana, alargada também à Sociedade Bíblica de Portugal.
«O XXII FEJ assinala o 20º aniversário da assinatura da Carta Ecuménica pelas Igrejas da Europa. Assim, para celebrar os 12 pontos da carta ecuménica, o FEJ consistirá em 12 workshops espalhados pela cidade, em que cada um irá explorar um dos pontos da carta» – informa a organização.
Para inscrições e informações: FEJ (fej-2021.carrd.co)

RS
Voz Portucalense

09/09/2021

Mensagem conjunta pela proteção da criação do patriarca de Constantinopla Bartolomeu, do papa Francisco e do arcebispo de Cantuária Justin Welby

Durante mais de um ano, todos nós sentimos os efeitos devastadores de uma pandemia global: todos, pobres ou ricos, fracos ou fortes. Alguns têm estado mais protegidos ou mais vulneráveis do que outros, mas a rápida propagação da infeção fez com que dependêssemos uns dos outros nos nossos esforços para nos mantermos seguros. Percebemos que, ao enfrentar esta calamidade global, ninguém está seguro até que todos o estejam, que as nossas ações afetam realmente os outros e que o que hoje fazemos afeta o que vai acontecer amanhã.
Não são lições novas, mas tivemos de as enfrentar novamente. Não desperdicemos este momento. Temos de decidir que espécie de mundo queremos deixar às gerações futuras. Deus manda: «Escolhe, pois, a vida, para que vivas tu e a tua descendência» (Dt 30,19). Temos de escolher viver de forma diferente; temos de escolher a vida.
Setembro é celebrado por muitos cristãos como Tempo de Criação, uma oportunidade para rezar e proteger a criação de Deus. Enquanto os líderes mundiais se preparam para se reunirem em Glasgow em novembro para deliberar sobre o futuro do nosso planeta, rezamos por eles e refletimos sobre as escolhas que todos nós temos de fazer. Por conseguinte, como líderes das nossas Igrejas, exortamos todos, independentemente da sua fé ou da sua visão do mundo, a procurarem ouvir o grito da terra e das pessoas pobres, examinando o próprio comportamento e comprometendo-se a fazer sacrifícios significativos pelo bem da terra que Deus nos deu. 

A importância da sustentabilidade

Na nossa tradição cristã comum, as Escrituras e os santos oferecem perspetivas esclarecedoras para compreender tanto as realidades do presente como a promessa de algo maior do que aquilo que vivemos no momento atual. O conceito de administração – de responsabilidade individual e coletiva pelo nosso dom dado por Deus – constitui um ponto de partida essencial para a sustentabilidade social, económica e ambiental. No Novo Testamento lemos acerca do homem rico e insensato que acumula uma abundância de trigo, esquecendo que a sua vida é limitada (Lc 12,13-21). Ouvimos falar do filho pródigo, que reclama a sua herança antes do tempo apenas para a esbanjar e acabar com fome (Lc 15,11-32). Somos alertados para não fazermos opções a curto prazo, aparentemente de baixo custo, de construir sobre a areia em vez de construir sobre a rocha, para que a nossa casa comum resista às tempestades (Mt 7,24-27). Estes relatos convidam-nos a adotar uma visão mais ampla e a reconhecer o nosso lugar na longa história da humanidade.
Mas nós seguimos na direção oposta. Maximizámos os nossos próprios interesses em detrimento das gerações futuras. Centrando-nos na nossa riqueza, descobrimos que os bens de longo prazo, incluindo a abundância da natureza, são consumidos para obter ganhos a curto prazo. A tecnologia abriu novas possibilidades de progresso, mas também de acumulação de riqueza ilimitada, e muitos de nós comportamo-nos em moldes que demonstram pouca preocupação com as outras pessoas ou com os limites do planeta. A natureza é resiliente, mas delicada. Já estamos a assistir às consequências da nossa recusa em protegê-la e preservá-la (Gn 2,15). Temos agora, neste momento, uma oportunidade de nos arrependermos, de empreendermos resolutamente uma viragem, de nos dirigirmos na direção oposta. Temos de procurar a generosidade e a justiça na forma como vivemos, trabalhamos e utilizamos o dinheiro, mais do que o proveito egoísta.

O impacto nas pessoas que convivem com a pobreza

A atual crise climática diz muito sobre quem somos e como vemos e tratamos a criação de Deus. Estamos perante uma justiça severa: perda de biodiversidade, degradação ambiental e alterações climáticas são as consequências inevitáveis das nossas ações, uma vez que consumimos avidamente mais recursos da terra do que o planeta pode suportar. Mas também nos deparamos com uma profunda injustiça: as pessoas que sofrem as consequências mais catastróficas de tais abusos são as mais pobres do planeta e as que tiveram menos responsabilidades em as causar. Servimos um Deus de justiça, que se compraz na criação e cria cada pessoa à Sua imagem, mas que também ouve o grito das pessoas pobres. Portanto, há em nós um chamamento inato a responder com angústia quando vemos esta injustiça devastadora.
Hoje estamos a pagar o preço. O clima extremo e as catástrofes naturais dos últimos meses revelam mais uma vez com grande força e a um grande impacto humano que as alterações climáticas não são apenas um desafio futuro, mas também uma questão de sobrevivência imediata e urgente. Inundações, incêndios e secas generalizadas ameaçam continentes inteiros. A subida do nível do mar obriga comunidades inteiras a deslocarem-se; os ciclones devastam regiões inteiras, arruinando vidas e meios de subsistência. A água tornou-se escassa e o abastecimento alimentar é incerto, causando conflitos e deslocações para milhões de pessoas. Já o vimos em locais onde as pessoas dependem de explorações agrícolas de pequena escala. Hoje, vemo-lo nos países mais industrializados, onde mesmo as infraestruturas sofisticadas não podem impedir completamente uma destruição extraordinária.
O amanhã poderá ser pior. As crianças e adolescentes de hoje enfrentarão consequências catastróficas se não assumirmos agora a responsabilidade, como «colaboradores de Deus» (Gn 2,4-7), de sustentar o nosso mundo. Ouvimos frequentemente falar de jovens que compreendem que o seu futuro está ameaçado. Para seu bem, temos de optar por comer, viajar, gastar, investir e viver de forma diferente, pensando não só no interesse e no lucro imediatos, mas também nos benefícios futuros. Arrependemo-nos dos pecados da nossa geração. Estamos lado a lado com os nossos irmãos e irmãs mais novos do mundo inteiro em oração devota e ação empenhada, por um futuro que corresponda cada vez mais às promessas de Deus.

O imperativo da cooperação

Durante a pandemia, apercebemo-nos de quão vulneráveis somos. Os nossos sistemas sociais cederam e descobrimos que não podemos controlar tudo. Temos de reconhecer que as formas como utilizamos o dinheiro e organizamos as nossas sociedades não beneficiaram a todos. Estamos frágeis e ansiosos, submersos numa série de crises: sanitária, ambiental, alimentar, económica e social, todas elas profundamente interligadas.
Tais crises colocam-nos perante uma escolha. Estamos na posição única de decidir se as enfrentamos com miopia e especulação ou se as aproveitamos como uma oportunidade de conversão e transformação. Se pensarmos na humanidade como uma família e trabalharmos juntos por um futuro baseado no bem comum, é possível que nos encontremos a viver num mundo muito diferente. Juntos podemos partilhar uma visão da vida em que todos prosperam. Juntos podemos optar por agir com amor, justiça e misericórdia. Juntos podemos caminhar em direção a uma sociedade mais justa e plena, com os mais vulneráveis no centro.
Mas isto implica fazer mudanças. Cada um de nós, individualmente, deve assumir a responsabilidade pela forma como os nossos recursos são utilizados. Este caminho exige uma colaboração cada vez mais estreita entre todas as Igrejas no seu compromisso de proteger a criação. Juntos, como comunidades, Igrejas, cidades e nações, temos de mudar de rumo e descobrir novas formas de trabalhar em conjunto para derrubar as barreiras tradicionais entre os povos, deixar de competir pelos recursos e começar a colaborar.
Aos que têm maiores responsabilidades - liderando administrações, gerindo empresas, empregando pessoas ou investindo fundos - dizemos: escolhei benefícios que se centrem nas pessoas; fazei sacrifícios a curto prazo para salvaguardar o futuro de todos nós; tornai-vos líderes na transição para economias justas e sustentáveis. «A quem muito foi dado, muito será pedido» (Lc 12,48).
Esta é a primeira vez que nós os três nos sentimos obrigados a abordar em conjunto a urgência da sustentabilidade ambiental, o seu impacto na pobreza persistente e a importância da cooperação global. Juntos, em nome das nossas comunidades, apelamos ao coração e à mente de cada cristão, de cada crente e de cada pessoa de boa vontade. Rezamos pelos nossos líderes que se vão reunir em Glasgow para decidir o futuro do nosso planeta e dos seus habitantes. Mais uma vez recordamos a Escritura: «Escolhei a vida, para que vivas tu e a tua descendência» (Dt 30,19). Escolher a vida significa fazer sacrifícios e exercitar o autocontrolo.
Todos nós – quem quer que sejamos e onde quer que estejamos – podemos desempenhar um papel na mudança da nossa resposta coletiva à ameaça sem precedentes das alterações climáticas e da degradação ambiental.
Proteger a criação de Deus é um mandato espiritual que exige uma resposta comprometida. Este é um momento crítico. Dele depende o futuro dos nossos filhos e da nossa casa comum.

1 de setembro de 2021

Patriarca Ecuménico Bartolomeu
Papa Francisco
Arcebispo de Cantuária Justin

31/08/2021

Tempo da Criação 2021

Todos os anos, de 1 de setembro a 4 de outubro, a família cristã une-se para a celebração mundial de oração e ação pela proteção da nossa casa comum. Como seguidores e seguidoras de Cristo, de todos os cantos do mundo, partilhamos um papel comum de guardiões e guardiãs da criação de Deus. Percebemos que nosso bem-estar está interligado com o bem-estar da criação. Alegramo-nos com esta oportunidade de cuidar de nossa casa comum e das irmãs e irmãos que nela habitam. Neste ano, o tema para este tempo é «Uma casa para todos? Renovando o Oikos de Deus».

Convite dos líderes religiosos para o Tempo da Criação

Caras irmãs e irmãos em Jesus, nosso Salvador e Senhor,
Do dia 1 de setembro a 4 de outubro, a família cristã celebra o belo dom da criação. Esta celebração global teve início em 1989 com o reconhecimento do Dia de Oração pela Criação por parte do Patriarcado Ecuménico, sendo hoje adotado pela comunidade ecuménica mais ampla. A oração é uma experiência e ferramenta poderosa para aumentar a conscientização e promover relações e ministérios transformadores.
O nosso tema este ano é «Uma casa para todos? Renovando o oikos de Deus». Esperamos trabalhar juntos para desenvolver um horizonte bíblico e cosmológico mais amplo, não apenas para sermos edificados pelos próprios textos, mas para desenvolvermos uma nova maneira de ver as Escrituras, a vida e a Terra, tudo no Oikos de Deus, e reconhecer a sabedoria de incontáveis irmãs e irmãos que ajuda a todos a renovar nosso mundo como uma amada comunidade global interligada e interdependente.
Nos Génesis, Deus colocou um firmamento, ou domo, sobre a Terra. A palavra "domo" é de onde obtemos palavras como "domicílio" e "doméstico" - por outras palavras, Deus coloca todos nós - todas as pessoas, toda a vida - sob o mesmo teto deste domo - estamos todos na casa, o oikos de Deus. Deus deu aos humanos o ministério de cultivar e guardar este oikos de Deus. O Rev. Dr. Martin Luther King Jr. e outros chamaram o oikos de Deus de “a Comunidade Amada”, uma comunidade na qual todos os seres vivos são igualmente membros, embora cada um tenha um papel diferente.
O oikos é uma casa para todos, mas agora está em perigo por causa da ganância, exploração, desrespeito, desconexão e degradação sistemática. Toda a criação ainda está a clamar. Desde o alvorecer da Revolução Industrial a geografia onde reconhecemos o poder criativo de Deus continua a diminuir. Hoje, apenas fragmentos da consciência humana reconhecem Deus a agir para restaurar e curar a Terra. Esquecemos que vivemos na casa de Deus, o oikos, a Comunidade Amada. A nossa interligação fundamental foi, na melhor das hipóteses, esquecida e, na pior, negada deliberadamente.
Esperamos e pedimos que nos possamos tornar novamente esta comunidade amada de discipulado intencional. Esperamos ir além dos aspetos programáticos e didáticos da vida para a vida profética e espiritual, para a ação e modo de vida, que é moldado por Jesus.
Que sejamos líderes para a renovação da vida, servos e servas de toda a vida na Comunidade Amada, o oikos de Deus.
Na graça de Deus,

Membros do Comité Consultivo do Tempo da Criação

O tema de 2021: «Uma casa para todos? Renovando o oikos de Deus»

Em cada ano, o comité diretivo ecuménico que organiza o Guia da Celebração propõe um tema para o Tempo da Criação. O tema de 2021 é «Uma casa para todos? Renovando o Oikos de Deus».
O salmista proclama: «ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém». Há duas declarações de fé no centro deste versículo. A primeira é que toda criatura pertence à comunidade da Terra. A segunda é que a comunidade inteira pertence ao Criador. Uma palavra grega para essa comunidade da Terra é oikos. Oikos é a raiz da palavra oikoumene, ou ecuménico, que descreve a nossa "casa comum", como o Papa Francisco lhe chama na Laudato Si’. A nossa casa comum, a Terra, pertence a Deus, e cada criatura amada pertence a esse oikos comum.
Enraizando nosso tema no conceito de oikos, destacamos a teia integral das relações que sustentam o bem-estar da Terra. A palavra ecologia (oikologia) descreve as relações entre animais, plantas, organismos não-sencientes e minerais, cada um com uma função vital para manter o equilíbrio desta comunidade amada. Cada criatura é importante e contribui para a saúde e resiliência do ecossistema em que vive com a sua biodiversidade. Os seres humanos pertencem à relação correta dentro dessa comunidade da Terra. Somos feitos da mesma matéria que a Terra, e somos cuidados
pelas nossas cocriaturas e pelo solo.
As relações humanas também têm um significado ecológico. Relações económicas (oikonomia), sociais e políticas afetam o equilíbrio da criação. Tudo o que fabricamos, usamos e produzimos tem a sua origem na Terra, tanto os minerais, como as plantas ou os animais. Os nossos hábitos de consumo de energia e de bens afetam a resiliência dos sistemas planetários e a capacidade da Terra de se curar a si mesma e sustentar a vida. As relações políticas e económicas têm efeitos diretos na família humana e nos membros “mais-que-humanos” do oikos de Deus. Gênesis 2, 15 lembra-nos que entre as cocriaturas, Deus deu aos humanos uma vocação especial de cultivar e guardar o oikos de Deus.
A nossa fé, razão e sabedoria são necessárias para sustentar relações ecológicas, sociais, económicas e políticas justas. Pela fé, unimo-nos ao salmista lembrando que não somos guardiões e guardiãs de uma criação inanimada, mas cuidadores e cuidadoras inseridos numa comunidade da criação dinâmica e viva. A Terra e tudo o que ela contém é um dom que nos é dado com confiança. Não somos chamados a dominar, mas a salvaguardar. Pela razão, nós discernimos a melhor forma de salvaguardar as condições
para a vida e de criar estruturas económicas, tecnológicas e políticas que se enraízem nos limites ecológicos da nossa casa comum. Pela sabedoria, prestamos atenção cuidadosa aos sistemas naturais e aos seus processos, às sabedorias herdadas e das tradições indígenas, e à revelação de Deus na palavra e no Espírito.
Há séculos, nós, humanos (anthropoi) ordenamos as nossas vidas e as nossas economias de acordo com a lógica dos mercados e não dos limites da Terra. Esta lógica falsa explora o oikos de Deus e faz da criação um meio para fins económicos e políticos. A atual exploração do solo, das plantas, dos animais e minerais em função do o lucro resulta na perda de habitats que são a casa de milhões de espécies, incluindo humanos cujas casas ficam sob o risco dos conflitos climáticos, perdas e danos. A razão diz-nos que, nesta era do antropoceno, a desintegração e exclusão ecológica e social causam a atual crise climática e aceleram a instabilidade ecológica. A sabedoria torna-nos prontos para encontrar as respostas e os caminhos para construir economias de vida sustentáveis e sistemas políticos justos que possam sustentar a vida para o planeta e para as pessoas.
A fé faz-nos confiar que o Espírito de Deus renova a face da Terra constantemente. Neste horizonte de esperança, o nosso chamamento batismal liberta-nos para retornarmos à nossa vocação humana de cultivar e guardar o jardim de Deus. Em Cristo, Deus chama-nos a participar da renovação de toda a Terra habitada, salvaguardando um lugar para cada criatura e recriando relações justas entre toda a criação.
Durante este Tempo da Criação litúrgico, a família cristã ecuménica chama cada casa e toda a sociedade para se arrepender e reformular os nossos sistemas políticos, sociais e económicos rumo a economias de vida justas e sustentáveis, que respeitem os limites ecológicos vitais da nossa casa comum.
Esperamos que este Tempo da Criação renove a nossa unidade ecuménica no nosso chamamento batismal para cuidar e sustentar uma viragem ecológica que garanta que todas as criaturas encontram uma casa onde possam florescer e participam da renovação do oikos de Deus.

Oração

Criador de todas as coisas,
Nos Te agradecemos porque, na Tua comunhão de amor, criaste o nosso planeta para ser uma casa para todos. Pela Tua Sagrada Sabedoria, fizeste a Terra para produzir uma diversidade de seres vivos que enchem o solo, a água e o ar. Cada parte da criação Te louva no seu ser e cada criatura cuida das outras a partir do seu próprio lugar na teia da vida.
Com o salmista, nós Te louvamos porque na Tua casa «até o pássaro encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhos». Lembramos que chamas os seres humanos para cuidarem do Teu jardim honrando a dignidade de cada criatura e conservando os seus lugares na abundância de vida na Terra.
Mas sabemos que a nossa vontade de poder empurra o planeta além dos seus limites. O nosso consumo está fora da harmonia e fora do ritmo da capacidade da Terra de se curar. Os habitats ficam estéreis ou perdidos. As espécies perdem-se e os sistemas falham. Onde antes os recifes, as tocas, os cumes das montanhas e as profundezas do oceano fervilhavam de vida e de relações vivas, agora desertos áridos e secos jazem vazios, como se não tivessem sido criados. As famílias humanas são deslocadas pela insegurança e pelos conflitos, migrando em busca de paz. Os animais fogem de incêndios, desmatamento e fome, vagueando em busca de um novo lugar para encontrarem uma casa para os
seus filhotes e para viver.
Neste Tempo da Criação, rezamos para que o sopro de Tua Palavra criadora toque os nossos corações, como as águas do nosso nascimento e do nosso batismo. Dá-nos fé para seguir Cristo até ao nosso lugar propício na comunidade amada. Ilumina-nos com a graça de respondermos à Tua aliança e ao Teu chamamento para cuidarmos da nossa casa comum. No nosso cultivo e no nosso cuidado, alegra os nossos corações por sabermos que participamos com Teu Espírito Santo na renovação da face da Tua Terra e na salvaguarda de uma casa para todos.
Em nome daquele que veio proclamar a boa nova a toda a criação, Jesus Cristo.
Amém.

Carta do secretário do Dicastério para a promoção do desenvolvimento humano integral (Igreja católica romana)

13/06/2021

Igrejas Cristãs assinam memorando para proteção do ambiente e sustentabilidade ecológica

Foto: Agência Ecclesia/OC
Um grupo de Igrejas Cristãs em Portugal assinou hoje [12 de junho de 2021] um memorando de entendimento para o desenvolvimento do programa "Eco Igrejas Portugal", na Catedral de São Paulo, da Igreja Lusitana (Comunhão Anglicana), em Lisboa.
«O programa "Eco Igrejas Portugal" representa um momento de viragem ao assinalar que não chega as Igreja afirmarem o alinhamento dos seus princípios ecoteológicos, é necessário que também o demonstrem, através de projetos, com ações concretas e de forma transparente», explicou Olga Romão, do Conselho Português das Igrejas Cristãs (COPIC), na introdução à assinatura do memorando de entendimento.
O memorando de entendimento foi assinado pelo COPIC, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a Aliança Evangélica, a ONG "A Rocha" e a Rede "Cuidar da Casa Comum" que vão dar apoio à viabilização do programa.
O "Eco Igrejas Portugal" visa a promoção da ética da sustentabilidade, contida em princípios ecoteológicos, e a aplicação nas diferentes Igrejas e comunidades cristãs de indicadores de diagnóstico, educação e gestão ambiental, para uma melhoria contínua da sustentabilidade ecológica.
No final foi entregue a flor perpétua, em planta, como sinal de compromisso com a Criação.
A CEP esteve representada na celebração pelo seu presidente, D. José Ornelas, e por D. Armando Esteves Domingues, bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal Missão e Nova Evangelização.
Em declarações à Agência Ecclesia e à Rádio Renascença. D. José Ornelas afirmou que, no campo da proteção do ambiente, da ecologia integral, «é possível e necessário» um caminho «com toda a humanidade».
«Este apelo ganhou nova dimensão e nova presença com a encíclica "Laudato Si", aliada também à "Fratelli Tutti", porque é a ecologia humana: da justiça e da dignidade para todos que isto tem a ver com a humanidade no seu conjunto e é algo determinante», desenvolves.
Neste contexto, salientou que «muitos desses valores passaram para a sociedade vindos do Evangelho» e afirmou que, nestas e em outras causas, «não há dúvidas» que as Igrejas Cristãs têm feito «um caminho muito importante e devem continuar a fazê-lo».
«A fé em comum explicita-se em diversos modos, podemos ir fazendo caminhos que nos levem a uma maior unidade entre nós», referiu o bispo de Setúbal.
Entre os presentes estiveram o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa; o presidente da Comissão da Liberdade Religiosa, José Vera Jardim; responsáveis religiosos e da sociedade civil.
A assinatura do memorando conjunto realizou-se numa celebração que assinalou o 50.º aniversário do Conselho Português de Igrejas Cristãs, do qual fazem parte as Igrejas Presbiteriana, Metodista, Lusitana e Evangélica Alemã do Porto, com o tema «Unidos no Amor e na Esperança», bem como 20.º aniversário da Lei da Liberdade Religiosa em Portugal e as duas décadas da Carta Ecuménica para a Europa.

BC/OC

24/05/2021

Celebração ecuménica na véspera de Pentecostes

Uma iniciativa da Comissão Ecuménica do Porto


A Igreja Paroquial de Cedofeita acolheu uma celebração organizada pela Comissão Ecuménica do Porto. Foi na noite de sábado 22 de maio, véspera de domingo de Pentecostes.
Uma celebração vivida em ritmo de Vigília de Pentecostes e na qual estiveram presentes D. Manuel Linda, bispo do Porto pela Igreja Católica, o bispo Sifredo Teixeira pela Igreja Metodista e D. Jorge Pina Cabral, pela Igreja Lusitana da Comunhão Anglicana.
Presentes também o padre Mário Henrique Melo, responsável pela Comissão Diocesana para o Ecumenismo do Porto e o padre Fernando Silva, pároco de Cedofeita e anfitrião desta celebração.
A pandemia de covid-19 impediu que este momento celebrativo acontecesse em janeiro por ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Teve lugar agora na Vigília de Pentecostes.
Foi a Comunidade Monástica de Grandchamp que preparou os textos do encontro anual de oração com a intenção da unidade entre os cristãos. «Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos» é o tema central.
A homilia da Celebração ecuménica coube ao bispo Sifredo Teixeira, da Igreja Metodista. «A oração tem o poder de ultrapassar as dificuldades» – afirmou o bispo sublinhando que «vivemos um tempo difícil» no qual «sentimos medo e preocupação» sobretudo com as pessoas que estão sozinhas.
No entanto, «há boas notícias» – frisou o bispo referindo as «iniciativas solidárias» que têm existido para «ajudar os que precisam». Deixou uma pista para reflexão: estamos a fazer isto? Ou seja, estamos a ser solidários com quem precisa?
Sifredo Teixeira concluiu a sua homilia afirmando que para «permanecer» no amor de Jesus a «Igreja de Cristo terá que dizer sim» a ser humilde como Jesus, a perdoar como Jesus e a viver e servir como Jesus.

RS

22/04/2021

20º Aniversário da "Charta Oecumenica"

Declaração conjunta dos Presidentes do CCEE e da CIE*

Nos últimos 20 anos, o continente europeu viveu geralmente um período de paz, conjuntamente com um melhoramento das relações ecuménicas. Isto ficou demonstrado nos âmbitos da vida quotidiana, como o testemunho comum, a ação no ecumenismo local, assim como os matrimónios interconfessionais. Alcançaram-se diversos acordos teológicos e uma nova geração de teólogos foi formada ecumenicamente. Floresceram diversas iniciativas inter-religiosas. As igrejas reforçaram o seu trabalho em prol de um mundo justo e pacífico, sobretudo devido ao movimento crescente de pessoas de outros continentes, e aumentaram os seus esforços no cuidado da criação. A mensagem da Charta Oecumenica contribuiu e deu novo vigor a todo este crescimento e transformação. Pela paz que vivemos e pelas conquistas do movimento ecuménico global, regozijamo-nos e damos graças a Deus, nosso Criador!
Enquanto nos esforçamos pelo Reino de Deus, as nossas sociedades e Igrejas continuam a ser desafiadas pelo nosso pecado humano e por todo o tipo de divisões. Velhas e novas divisões na Igreja precisam de cura, as desigualdades sociais e económicas exigem a transformação das nossas atitudes e estruturas. As contínuas ameaças à democracia e ao ambiente natural exigem uma atenção renovada à totalidade da vida. O ressurgimento de conflitos armados e de ataques terroristas em partes do continente nos últimos anos requer arrependimento, perdão e justiça. Face a estas realidades, enquanto as Igrejas redefinem o seu ministério no meio da pandemia da Covid-19, reafirmemos juntos e em espírito de unidade o nosso compromisso de testemunhar Cristo como nosso Salvador e a sua promessa de uma vida transformada na força do Espírito Santo.
Seguindo o testamento do nosso Senhor, expresso em João 17 e na Charta Oecumenica «para que todos sejam um», estamos conscientes de que a unidade cristã não é apenas o resultado dos nossos esforços humanos. Esta unidade, pela qual Jesus rezou e sofreu, deve ser, ao mesmo tempo, percetível neste mundo. Neste sentido, desejamos ser instrumentos desta unidade e comprometer-nos de novo a reforçar a comunhão eclesial através da oração e ação comuns, oferecendo ao mesmo tempo o nosso serviço ao mundo para a promoção da justiça e da paz.

12 de abril de 2021
Rev. Christian Krieger

Em. Card. Angelo Bagnasco

Presidente da CIEPresidente del CCEE


* A Charta Oecumenica é um documento conjunto da Conferência das Igrejas Europeias (CIE) e do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE). Foi assinado pelos presidentes das duas organizações em 22 de abril de 2001, em Estrasburgo, e procura preservar e desenvolver a amizade entre as igrejas. A declaração conjunta que aqui divulgamos foi traduzida a partir da versão italiana.

25/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 25 de janeiro de 2021

DIA 8

Reconciliando-se com toda a criação
«Para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja perfeita» (Jo 15,11)

Colossenses 1,15-20 Tudo nele se mantém
Marcos 4,30-32 Pequeno como um grão de mostarda

Meditação
O hino a Cristo na carta aos Colossenses convida-nos a cantar o louvor da salvação de Deus, que abrange o universo inteiro. Através de Cristo crucificado e ressuscitado, foi aberto um caminho de reconciliação; a criação também está destinada a um futuro de vida e paz. Com os olhos da fé, vemos que o Reino de Deus é uma realidade que está bem próxima, mas ainda é bem pequena, dificilmente visível - como um grão de mostarda. No entanto, está a crescer. Mesmo no meio dos sofrimentos do nosso mundo, o Espírito do Ressuscitado está em ação. Ele anima-nos a comprometermo-nos - com todas as pessoas de boa vontade - numa busca incessante por justiça e paz, e no esforço de garantir que a terra seja de novo uma casa para todas as criaturas.
Nós participamos do trabalho do Espírito para que toda a criação possa continuar a louvar a Deus. Quando a natureza sofre, quando os seres humanos são esmagados, o Espírito do Cristo ressuscitado não deixa que o nosso coração desanime e convida-nos a participar do seu trabalho de cura.
A novidade de vida que Cristo nos traz, embora oculta, é uma luz de esperança para muitos. É um poço de que jorra a reconciliação para toda a criação e contém uma alegria que vai bem para além de nós: «para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja perfeita» (João 15,11).
«Desejais celebrar a novidade da vida que Cristo nos deu através do Espírito Santo, e deixá-lo viver em vós, entre vós, na Igreja, no mundo e em toda a criação?
Segunda promessa feita durante a profissão da Comunidade de Grandchamp

Oração
Deus três vezes santo, nós vos agradecemos por nos terdes criado e pelo vosso amor. Nós vos agradecemos pela vossa presença em nós e na criação. Que possamos aprender a olhar o mundo como vós o vedes, com amor. Na esperança dessa visão, possamos ser capazes de trabalhar por um mundo onde floresçam a justiça e a paz, para glória do vosso nome.

24/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 24 de janeiro de 2021

DIA 7

Crescendo na unidade
«Eu sou a vinha, vós sois os sarmentos» (João 15,5a)

1 Coríntios 1,10-13; 3,21-23 Acaso o Cristo está dividido?
João 17,20-23 Que sejam um como nós somos um.

Meditação
Na véspera de sua morte, Jesus orou pela unidade daqueles que o Pai lhe dera: «que todos sejam um... para que o mundo creia». Unidos a ele, como ramos na videira, partilhamos a mesma seiva que entre nós circula e nos anima. Cada tradição procura levar-nos ao coração da nossa fé: a comunhão com Deus, através de Cristo, no Espírito. Quanto mais vivermos essa comunhão, mais estaremos unidos aos outros cristãos e a toda a humanidade. Paulo adverte-nos contra uma atitude que já havia ameaçado a unidade dos primeiros cristãos: a absolutização da própria tradição de cada um, em detrimento da unidade do corpo de Cristo. As diferenças tornam-se então fonte de divisão em vez de serem mutuamente enriquecedoras. Paulo tem uma visão bem mais ampla; «Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus» (1 Cor 3,22-23).
O desejo de Cristo compromete-nos a seguir um caminho de unidade e reconciliação. Também nos compromete a unir a nossa prece à dele: «que sejam um... a fim de que o mundo creia» (Jo 17,21).
«Nunca te conformes com o escândalo da separação dos cristãos que tão prontamente professam o amor ao próximo mas permanecem divididos. Tem a paixão da unidade do corpo de Cristo».
A Regra de Taizé em francês e em inglês (2012), p. 13

Oração
Santo Espírito, chama vivificante e sopro delicado, vinde e permanecei em nós. Renovai em nós a paixão pela unidade para que vivamos conscientes do vínculo que nos une em vós. Que todos os que se revestiram de Cristo no seu Batismo estejam unidos e juntos deem testemunho da esperança que os sustenta.

23/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2021 - Celebração Ecuménica Nacional

23 de janeiro de 2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 23 de janeiro de 2021

DIA 6

Acolhendo outros
«Ide produzir frutos, frutos que permaneçam» (João 15,16b)

Génesis 18,1-5 Abraão acolheu os anjos no carvalho de Mambré
Marcos 6,30-44 Jesus tem compaixão da multidão

Meditação
Quando nos deixamos transformar por Cristo, o seu amor cresce em nós e produz fruto. Acolher o outro é um modo concreto de partilhar o amor que está em nós. Ao longo da sua vida, Jesus acolheu aqueles que encontrou. Ele ouviu-os e deixou-se tocar por eles sem ter medo do seu sofrimento. No relato evangélico da multiplicação dos pães, Jesus é movido por compaixão ao ver a multidão faminta. Ele sabe que toda a pessoa humana precisa de ser alimentada, e que só ele pode verdadeiramente satisfazer a fome de pão e a sede de vida. Mas ele não deseja fazê-lo sem os seus discípulos, sem aquele pouco que eles lhe podem dar: cinco pães e dois peixes.
Ele chama-nos ainda hoje para sermos colaboradores no seu cuidado incondicional. Não é preciso muito para que todos se sintam acolhidos: um olhar, um ouvido atento, uma presença verdadeira. Quando oferecemos as nossas pobres possibilidades a Jesus, ele multiplica-as de modo surpreendente.
Então experimentamos o que aconteceu com Abraão, porque é dando que recebemos, e quando acolhemos os outros somos abundantemente abençoados.
«É o próprio Cristo que recebemos num hóspede».
A regra de Taizé em francês e inglês (2012), p. 103
«As pessoas que acolhemos dia após dia encontrarão em nós homens e mulheres radiantes em Cristo, nossa paz?».
As fontes de Taizé (2000), p. 60

Oração
Jesus Cristo, queremos acolher plenamente os irmãos e irmãs que estão connosco. Sabeis como frequentemente nos sentimos incapazes diante do seu sofrimento. Sinda assim, estais sempre ali, antes de nós, e já os recebestes na vossa compaixão. «Falai-lhes através das nossas palavras, ajudai-os através das nossas ações, e deixai que a vossa bênção repouse sobre todos nós.

22/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 22 de janeiro de 2021

DIA 5

Deixando-se transformar pela Palavra
«Vós já estais purificados pela Palavra» (João 15,3)

Deuteronómio 30,11-20 A palavra de Deus está bem perto de ti
Mateus 5,1-12 Felizes sois vós

Meditação
A Palavra de Deus está muito perto de nós. É uma bênção e uma promessa de felicidade. Se abrimos nossos corações, Deus fala connosco e pacientemente transforma o que está morrendo em nós. Ele remove o que prejudica o real crescimento de vida, exatamente como o vinhateiro poda a videira. Meditando regularmente sobre um texto bíblico, sozinhos ou em grupo, mudamos a nossa atitude de vida. Muitos cristãos oram a partir das bem-aventuranças todos os dias. As bem-aventuranças revelam-nos uma felicidade que está escondida naquilo que está incompleto, uma felicidade que vai além do sofrimento: abençoados são aqueles que, tocados pelo Espírito, não mais retêm suas lágrimas mas deixam-nas escorrer e assim recebem consolação. À medida que descobrem a fonte escondida no seu interior, crescem neles a fome de justiça e a sede de se comprometerem com os outros por um mundo de paz. Somos constantemente chamados a renovar o nosso compromisso com a vida, através dos nossos pensamentos e ações. Há ocasiões em que já experimentamos, aqui e agora, a bênção que será completada no fim dos tempos.
«Ora e trabalha para que Deus venha reinar. Ao longo dos teus dias deixa a Palavra de Deus soprar vida no trabalho e no descanso. Mantém o silêncio interior em todas as coisas para morares em Cristo. Enche-te do espírito das bem-aventuranças: alegria, simplicidade, misericórdia»
Essas palavras são recitadas diariamente
pelas Irmãs da Comunidade de Grandchamp

Oração
Bendito sois vós, Deus nosso Pai, pelo dom de vossa Palavra na Sagrada Escritura. Bendito sois pelo vosso poder transformador. Ajudai-nos a escolher a vida e guiai-nos com o vosso Espírito, para experimentarmos a felicidade que quereis tanto partilhar connosco.

21/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 21 de janeiro de 2021

DIA 4

Orando juntos
«Já não vos chamo servos... chamo-vos amigos» (João 15,15)

Romanos 8,26-27 O espírito vem em socorro da nossa fraqueza
Lucas 11,1-4 Senhor, ensina-nos a rezar

Meditação
Deus tem sede de relacionamento connosco. Ele busca-nos como buscou Adão, chamando-o no jardim: «Onde estás?» (Gênesis 3,9) Em Cristo, Deus vem encontrar-nos. Jesus viveu em oração, intimamente unido a seu Pai, enquanto ia criando amizades com os seus discípulos e com todos os que encontrava. Ele introduziu-os no que era mais precioso para ele: o relacionamento de amor com o seu Pai e nosso Pai. Jesus e os seus discípulos cantavam salmos juntos, enraizados na riqueza da sua tradição judaica. Em outras ocasiões Jesus retirava-se para orar sozinho. A oração pode ser solitária ou partilhada com outros. Pode expressar sensação de maravilha, queixa, intercessão, agradecimento ou simples silêncio. Às vezes o desejo de orar está presente, mas a pessoa sente que não é capaz de o fazer. Dirigindo-nos a Jesus e dizendo-lhe «ensina-me», podemos preparar o caminho. O nosso próprio desejo já é uma oração. Rezando com cristãos de outras tradições, podemos surpreender-nos, sentindo-nos unidos por um vínculo de amizade que vem daquele que está para além de qualquer divisão. As formas podem variar, mas é o mesmo Espírito que nos faz estar juntos.
«Na regularidade da nossa oração comum, o amor de Jesus desponta dentro de nós, não sabemos como. A prece comum não nos dispensa da prece pessoal. Uma sustenta a outra. Em cada dia, reservemos um tempo para renovar a nossa intimidade pessoal com Jesus Cristo».
A regra de Taizé em francês e inglês
Sociedade para a Promoção de Conhecimento Cristão, Grã Bretanha, pp 19. & 21

Oração
Senhor Jesus, toda a vossa vida foi oração, perfeita harmonia com o Pai. Através de vosso Espírito, ensinai-nos a orar de acordo com o vosso desejo de amor. Que os fiéis do mundo inteiro se unam em intercessão e louvor, e venha o vosso Reino de amor.

20/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 20 de janeiro de 2021

DIA 3

Formando um corpo
«Amai-vos uns aos outros como eu vos amei» (João 15,12b)

Colossenses 3,12-17 Revesti-vos de compaixão
João 13,1-15; 34-35 Amai-vos uns aos outros

Meditação
Na véspera da sua morte, Jesus ajoelhou-se para lavar os pés dos discípulos. Ele conhecia a dificuldade de viverem juntos e a importância do perdão e do serviço mútuo. E disse a Pedro: «Se eu não te lavar, não poderás ter parte comigo». Pedro recebeu Jesus a seus pés; ele foi lavado e tocado pela humildade e delicadeza de Cristo. Mais tarde, ele seguiria o exemplo de Jesus e prestaria serviço aos companheiros fiéis da Igreja nascente. Jesus deseja que vida e amor circulem através de nós como a seiva na vinha, para que as comunidades cristãs sejam um só corpo. Mas, hoje como no passado, não é fácil viver juntos. Somos frequentemente colocados diante de nossas limitações. Às vezes falhamos deixando de amar aqueles que estão perto de nós numa comunidade, paróquia ou família. Há situações em que os nossos relacionamentos se rompem completamente. Em Cristo somos convidados a revestirmo-nos de compaixão, em incontáveis recomeços. O reconhecimento de sermos amados por Deus move-nos a acolhermo-nos uns aos outros com as nossas forças e fraquezas. É então que Cristo está no nosso meio.
«Com quase nada, és um criador de reconciliação nessa comunhão de amor, que é o Corpo de Cristo, a sua Igreja? Sustentado por um momento partilhado, alegra-te! Já não estás sozinho. Em todas as coisas estás a avançar junto com os teus irmãos e irmãs. Com eles, és chamado a viver a parábola da comunidade».
As fontes de Taizé (2000), pp. 48-49

Oração
Deus, nosso Pai, revelais-nos o vosso amor, através de Cristo e através dos nossos irmãos e irmãs. Abri os nossos corações para nos acolhermos uns aos outros com as nossas diferenças e vivermos em clima de perdão. Fazei-nos viver unidos num só corpo, para que venha à luz o dom que é cada pessoa. Que juntos possamos todos ser um reflexo de Cristo vivo.

19/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 19 de janeiro de 2021

DIA 2

Amadurecendo internamente
«Permanecei em mim como eu permaneço em vós”»(João 15,4a)

Efésios 3,14-21 Cristo habite em vossos corações
Lucas 2,41-52 Maria guardava esses acontecimentos em seu coração

Meditação
O encontro com Jesus desperta o desejo de ficar com ele e permanecer nele: um tempo para o fruto amadurecer. Sendo totalmente humano como nós, Jesus cresceu e amadureceu. Ele viveu uma vida simples, enraizada nas práticas da fé judaica. Na sua vida oculta em Nazaré, onde aparentemente nada de extraordinário aconteceu, a presença do Pai alimentou-o. Maria contemplava as ações de Deus na sua vida e na de seu Filho. Ela valorizava todas essas coisas em seu coração. Assim, aos poucos, ela abraçou o mistério de Jesus. Nós também precisamos de um longo período de maturação, uma vida inteira, para poder mergulhar nas profundidades do amor de Cristo, para deixar que ele permaneça em nós e nós permaneçamos nele. Sem sabermos como, o Espírito faz Cristo morar em nossos corações. E é através da oração, escutando a palavra, partilhando com outros, pondo em prática o que temos compreendido que nosso ser interior é fortalecido.
«Deixando Cristo descer às profundidades do nosso ser... Ele penetrará as regiões da mente e do coração, ele atingirá nossa carne até ao nosso mais profundo ser, para que nós também experimentemos um dia as profundidades da misericórdia».
As fontes de Taizé (2000), p. 134

Oração
Santo Espírito, possamos receber em nossos corações a presença de Cristo e valorizá-la como um segredo de amor. Alimentai a nossa prece, iluminai a nossa leitura da Escritura, agi através de nós, para que os frutos dos vossos dons possam pacientemente crescer em nós.

18/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 18 de janeiro de 2021

DIA 1

Chamados por Deus
«Vós não me escolhestes, mas eu vos escolhi» (João 15,16a)


Génesis 12,1-4 O chamamento de Abraão
João 1, 3-51 O chamamento dos primeiros discípulos

Meditação
O começo da jornada é um encontro entre o ser humano e Deus, entre a criatura e o Criador, entre o tempo e a eternidade. Abraão ouviu o chamamento: «Vai para a terra que eu te mostrarei». Como Abraão, somos chamados a deixar o que é familiar e ir para o lugar que Deus tem preparado no mais profundo do nosso coração. Nessa caminhada, tornamo-nos cada vez mais nós mesmos, o povo que Deus queria que fôssemos desde o começo. Atendendo a esse chamamento que nos foi dirigido, tornamo-nos uma bênção para os que amamos, para o nosso próximo e para o mundo. O amor de Deus procura-nos. Deus tornou-se humano em Jesus. Nele encontramos o olhar persistente de Deus. Nas nossas vidas, como no Evangelho de João, o chamamento de Deus é ouvido de diferentes maneiras. Tocados pelo seu amor, seguimos em frente. Nesse encontro, caminhamos por um caminho de transformação - o brilhante começo de um relacionamento de amor que sempre se renova.
«Um dia compreendeste que, sem estares ciente disso, um sim tinha sido inscrito em teu mais profundo interior. E assim escolheste ir adiante nas pegadas de Cristo... Em silêncio na presença de Cristo, o ouviste dizer: “Vem, segue-me; eu te darei um lugar onde repousar teu coração”».
As fontes de Taizé (2000), p.52

Oração
Jesus Cristo, vós procurais-nos, desejais oferecer-nos a vossa amizade e conduzir-nos a uma vida sempre mais plena. Dai-nos a confiança de responder ao vosso chamamento para sermos transformados e nos tornarmos testemunhas de vossa ternura no mundo.

07/01/2021

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro de 2021)

«Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos»
(Jo 15,5-9)


Foto de "Film is not dead" em "Unsplash"
A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos em 2021 foi preparada pela Comunidade Monástica de Grandchamp [1] . O tema que foi escolhido - Permanecei no meu amor e produzireis muitos frutos - está baseado em João 15,1-17 e expressa a vocação para a oração, reconciliação e unidade na Igreja e na família humana, presente na Comunidade de Grandchamp.
Nos anos da década de 1930 um grupo de mulheres da Reforma que vinha de uma parte da Suíça de língua francesa, conhecido como “Damas de Morges”, redescobriu a importância do silêncio na escuta da Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, elas reviveram a prática de retiros espirituais para alimentar sua vida de fé, inspiradas no exemplo de Cristo que se retirava para rezar em um lugar isolado. Elas foram logo seguidas por outras pessoas que participavam regularmente de retiros organizados em Grandchamp, uma pequena povoação perto das margens do Lago Neuchâtel. Tornou-se necessário providenciar um ambiente permanente de oração e acolhimento para o crescente número de hóspedes e pessoas desejosas de se retirarem em oração.
Hoje a comunidade tem cinquenta irmãs, cinquenta mulheres de diferentes gerações, tradições eclesiais, países e continentes. Na sua diversidade as irmãs são uma parábola viva de comunhão. Elas permanecem fiéis a uma vida de oração, vida em comunidade e acolhimento de hóspedes. As irmãs partilham a graça da sua vida monástica com visitantes e voluntários que vão a Grandchamp para um tempo de retiro, silêncio, cura e em busca de sentido de vida.
As primeiras irmãs experimentaram a dor da divisão entre as Igrejas cristãs. Nessa dificuldade foram encorajadas por sua amizade com o abade Paul Couturier, um pioneiro da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Portanto, desde seus mais distantes inícios, a oração pela unidade dos cristãos estava no coração da vida da comunidade. Esse compromisso, juntamente com a fidelidade de Grandchamp aos três pilares - oração, vida comunitária e hospitalidade - está nos fundamentos destes subsídios.

Permanecer no amor de Deus é estar reconciliado consigo mesmo


As palavras francesas para monge e monja (moine/moniale) vêm da palavra grega µónos que significa sozinho e um. Os nossos corações, corpos e mentes, longe de estarem em unidade, estão muitas vezes dispersos, impelidos em direções opostas. O monge ou a monja desejam ser um consigo mesmo e estar unidos em Cristo. «Permanecei em mim como permaneço em vós», diz-nos Jesus (Jo 15,4a). Uma vida bem integrada pressupõe um caminho de autoaceitação, de reconciliação com as nossas histórias pessoais e herdadas.
Jesus disse aos discípulos «permanecei no meu amor» (Jo 15,9). Ele permanece no amor do Pai (Jo 15,10) e tudo o que deseja é partilhar connosco esse amor: «Chamo-vos amigos, porque tudo o que ouvi junto de meu Pai vo-lo fiz conhecer» (Jo 15,15b). Simbolizado na vinha, que é o próprio Jesus, o Pai torna-se o nosso vinhateiro, que nos poda para nos fazer crescer. Isso descreve o que acontece na oração. O Pai é o centro de nossas vidas, ele nos poda e nos plenifica para darmos frutos. Seres humanos assim dão glória ao Pai.
Permanecer em Cristo é uma atitude interior que gera raízes em nós com o correr do tempo. Ela pede espaço para crescer. Pode ser superada pela luta diante das necessidades da vida e é ameaçada por distrações, ruídos, atividades e desafios da vida.
Na difícil situação da Europa de 1938, Geneviève Micheli, que mais tarde se tornaria Madre Geneviève, a primeira mãe da comunidade, escreveu estas linhas que permanecem relevantes ainda hoje:
«Vivemos numa época que é perturbadora e, ao mesmo tempo magnífica, um tempo perigoso onde nada preserva a alma, onde rápidas conquistas totalmente humanas parecem varrer pessoas para longe... E penso que a nossa civilização morrerá nessa loucura coletiva de barulho e velocidade, onde ninguém consegue pensar... Nós, cristãos, que conhecemos o pleno valor de uma vida espiritual, temos uma imensa responsabilidade e precisamos de tomar consciência de a união e a ajuda mútua são fonte de serenidade e criam refúgios de paz, centros vitais onde o silêncio das pessoas clama pela criativa palavra de Deus. É uma questão de vida ou morte».

Permanecer em Cristo para produzir fruto


«O que glorifica meu Pai é que produzais fruto em abundância» (Jo 15,8). Não podemos produzir fruto só por conta própria. Não podemos dar fruto separados da vinha. É a seiva, a vida de Jesus fluindo em nós, que produz fruto. Permanecer no amor de Jesus, sendo um ramo da vinha, é o que permite que sua vida flua através de nós.
Quando ouvimos Jesus, essa vida flui em nós. Jesus convida-nos a deixar a sua palavra permanecer em nós (Jo 15,7) e então tudo o que pedirmos ser-nos-á concedido. Pela palavra dele produzimos fruto. Como pessoas, como comunidade, como Igreja inteira, desejamos unir-nos a Cristo a fim de guardar o seu mandamento de nos amarmos uns aos outros como ele nos tem amado (Jo 15,12).

Permanecendo em Cristo, fonte de todo amor, o fruto da comunhão cresce


A comunhão com Cristo exige comunhão com os outros. Doroteu de Gaza, um monge da Palestina do século VI, expressou-o da seguinte maneira:
«Imaginai um círculo desenhado no chão, isto é, uma linha circular desenhada com um compasso e um centro. Imaginai que esse círculo é o mundo, o centro é Deus e os raios são os diferentes caminhos ou maneiras de viver do povo. Quando os santos, desejando ser desenhados perto de Deus, caminham em direção o meio do círculo, à medida que penetram no seu interior, vão ficando mais próximos uns dos outros; e quanto mais próximos uns dos outros estiverem, mais próximos ficarão de Deus. Compreendereis que a mesma coisa se aplica de modo inverso quando nos afastamos de Deus e vamos para a parte de fora do círculo. Então se torna óbvio que quanto mais nos afastamos de Deus mais nos afastamos uns dos outros e, quanto mais nos afastamos uns dos outros, mais longe de Deus vamos ficando».
Buscar proximidade com outros, viver juntos em comunidade com outros, pessoas às vezes bem diferentes de nós, pode ser um desafio. As irmãs de Grandchamp conhecem esse desafio e para elas o ensinamento do irmão Roger de Taizé [2] é muito útil: «Não há amizade sem sofrimento purificador. Não há amor ao nosso próximo sem cruz. Só a cruz nos permite conhecer a incompreensível profundidade do amor» [3].
As divisões entre os cristãos, que se afastam uns dos outros, são um escândalo porque nos afastam também de Deus. Muitos cristãos, movidos pela tristeza dessa situação, rezam fervorosamente a Deus pela restauração daquela unidade pela qual Jesus orou. A oração de Jesus pela unidade é um convite para voltarmos a ele e assim ficarmos mais próximos uns dos outros, alegrando-nos com a riqueza da nossa diversidade. Como aprendemos vivendo em comunidade, os esforços para a reconciliação são custosos e pedem sacrifícios. Estamos sustentados pela prece de Jesus, que deseja que possamos ser um como ele é um com o Pai para que o mundo creia (Jo 17,21).

Permanecendo em Cristo, cresce o fruto da solidariedade e do testemunho


Embora nós, como cristãos, permaneçamos no amor de Cristo, também vivemos numa criação que geme enquanto espera ser libertada (cf. Rom 8). No mundo percebemos os males do sofrimento e dos conflitos. Através da solidariedade com aqueles que sofrem permitimos que o amor de Cristo circule através de nós. O mistério pascal gera fruto em nós quando oferecemos amor aos nossos irmãos e irmãs e alimentamos esperança no mundo.
Espiritualidade e solidariedade estão inseparavelmente ligadas. Permanecendo em Cristo, recebemos a força e a sabedoria para agir contra as estruturas de injustiça e opressão, para nos reconhecermos por completo como irmãos e irmãs na humanidade, e para sermos criadores de um novo modo de vida, no respeito e em comunhão com toda a criação.
O sumário da regra de vida [4] que as irmãs de Grandchamp recitam juntas, em cada manhã, começa com as palavras «rezemos e trabalhemos para que Deus possa reinar». Oração e vida diária não são duas realidades separadas mas destinam-se a estar unidas. Tudo o que experimentamos é destinado a tornar-se um encontro com Deus.


Para os oito dias da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2021, propomos um itinerário de oração:


Dia 1 - Chamados por Deus: «Vós não me escolhestes, eu vos escolhi» (Jo 15,16a).
Dia 2 - Amadurecendo interiormente: «Permanecei em mim, como permaneço em vós» (Jo 15,4a).
Dia 3 - Formando um corpo: «Amai-vos uns aos outros como eu vos amei» (Jo 15,12b).
Dia 4 - Orando juntos: «Já não vos chamo servos... chamo-vos amigos» (Jo 15,15).
Dia 5 - Deixando-se transformar pela Palavra: «Vós já estais purificados pela Palavra» (Jo 15,3).
Dia 6 - Acolhendo outros: «Ide produzir frutos, frutos que permaneçam» (Jo 15,16b).
Dia 7 - Crescendo na unidade: «Eu sou a vinha, vós sois os sarmentos» (Jo 15,5a).
Dia 8 - Reconciliando-se com toda a criação: «Para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja perfeita» (Jo 15,11).

[1] Ver também a apresentação da comunidade no final destes subsídios, bem como em www.grandchamp.org.
[2] A Comunidade de Grandchamp e a dos Irmãos de Taizé na França estão unidas em primeiro lugar pela a história de suas origens, mas também pelo facto de as irmãs de Grandchamp basearem a sua Regra no livro mencionado na nota 3.
[3] Irmão Roger de Taizé, Les écrits fondateurs, Dieu nous veux heureux (Taizé, Les Ateliers e Presse de Taizé, 2011), 95.
[4] Durante a celebração ecuménica, sugerimos que este texto seja recitado por todos. ver página 6 dos Subsídios para que a seguir se remete.

Subsídios para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e para todo o ano 2021