25/03/2024

Capela do Hospital de S. João acolheu celebração ecuménica

Pelas 21h30 do passado dia 14 de março, realizou-se uma celebração ecuménica na Capela do Hospital de São João com a presença de uma diversidade de igrejas e alguns doentes internados na instituição, para uma oração, bênção e gesto de lava-pés.
A Celebração ecuménica contou com a presença de ministros das várias Igrejas e Confissões: a Igreja Católica Romana, a Igreja Católica Apostólica Evangélica de Comunhão Anglicana, a Igreja Evangélica Alemã do Porto, a Igreja Evangélica Metodista Portuguesa, a Igreja Evangélica Presbiteriana Portuguesa, a Igreja Ortodoxa da Ucrânia do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Greco Russa, sob a Presidência de D. Joaquim Dionísio, Bispo Auxiliar do Porto.
Ali se congregaram doentes, fiéis leigos, voluntários, colaboradores do Serviço de Assistência Espiritual e Religiosa, sacerdotes, bispos, religiosos, enfermeiros, médicos, e tantos outros trabalhadores do Hospital num serviço e atenção aos mais frágeis.
Estiveram presentes os Capelães dos Hospitais de São João, Santo António, Santo Tirso, Misericórdia, Vila Nova de Gaia-Espinho, e todos se associaram às comunidades hospitalares do país e do mundo para rezar em conjunto.
O tema da celebração anual de 2024 é a continuidade da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada de 18 a 25 de janeiro último e preparada pela comunidade ecuménica Chemin Neuf do Burkina Faso, sob o tema «Amarás ao Senhor teu Deus…e ao teu próximo como a ti mesmo» (Lucas 10,27).
A água fonte de bênção, alimento espiritual e símbolo de hospitalidade dos caminhantes na jornada da vida, esteve presente nesta celebração ecuménica, também no sinal da cabaça, utensílio habitualmente utilizado no Burkina Faso. Foi daqui, deste local da África Ocidental, onde a situação política é instável e a ameaça à paz e à coesão social, como ataques terroristas, ilegalidades, perseguições aos cristãos e tráfico de pessoas, acontecem diariamente que vieram os subsídios de oração.
A celebração centrou-se na parábola do Bom Samaritano e começou com a interrogação a todos nós sobre quem é o meu próximo?
Jesus convida-nos a ir mais além. Todos podemos ser próximos do outro, e nele encontrar o Cristo. Todos somos chamados a hoje a ser «bálsamo para as feridas do nosso irmão», a implicarmo-nos no seu sofrimento, a cuidar dele. Rezou-se ainda por todos os profissionais de saúde que com sabedoria e inteligência se fazem próximos dos doentes e aliviam as suas chagas e dores no dia-a-dia de hospitais e casas de saúde.
A celebração contou com a profissão de fé realizada com o texto do Símbolo dos Apóstolos, sinal da unidade dos cristãos.
A oração comunitária incluiu diversas tradições presentes como a metodista, ortodoxa ucraniana, lusitana, católica romana, e ortodoxa russa e diferentes línguas, como o português e o ucraniano. E finalizou com a benção de todos os doentes pelos Ministros presentes. Sentiu-se força redobrada para o caminho dos que estiveram presentes que foi também transmitida a alguns que não puderam comparecer presencialmente.
No final teve lugar um convívio entre os presentes que se sentiram acolhidos em oração e prolongaram o convívio como habitualmente na tradição cristã.

MF, Colaboradora da Capelania do Hospital de São João
Voz Portucalense [edição online] (24 de março de 2024)

28/01/2024

Cristãos rezam no Porto pela unidade


No dia 25 de janeiro [de 2024], decorreu uma Celebração Ecuménica com os hierarcas das várias tradições cristãs que celebram a sua fé no Porto. Foi na paróquia Lusitana do Redentor que teve lugar um momento de oração organizado pela Comissão Ecuménica do Porto por ocasião da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18-25 jan). Uma celebração presidida pelo bispo Jorge Pina Cabral da Comunhão Anglicana.
A Comissão Ecuménica do Porto é constituída pela Igreja Católica, Igreja Lusitana de Comunhão Anglicana, Igreja Anglicana, Igreja Metodista, Igreja Evangélica Luterana Alemã do Porto, Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscovo e Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Constantinopla.
A Paróquia Lusitana do Redentor, da Comunhão Anglicana, encheu-se para celebrar a unidade entre os cristãos. A homilia foi proferida pelo bispo Sifredo Teixeira da Igreja Metodista que recordou os textos produzidos pelos irmãos do Burkina Faso para a Semana de Oração neste ano de 2024 com o tema: «Amarás o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo»
«A violência gera violência», disse o bispo, sublinhando que só «o amor fará a diferença». Citou a parábola do bom samaritano, lembrando que nela «um homem ferido e abandonado é ajudado por um samaritano». «Os religiosos não fizeram o que se esperava deles», disse o bispo Sifredo, lembrando que estes passaram junto do homem que estava no chão mas não lhe prestaram auxílio.
«Deus age através de quem ele quer», afirmou. «Vem de forma inesperada» através de «um amor que perdoa». «Porque quem ama a Deus tem de amar o próximo».
«Há cristãos que são espelho do amor ajudando sem olhar a quem» disse ainda o bispo, declarando que «o mundo precisa deste amor que constrói a paz».
Assinalou os passos de reconciliação e diálogo já dados para a unidade dos cristãos nas últimas décadas. «Há 10 anos foi o reconhecimento mútuo do batismo», recordou. «O passo seguinte é celebrar a Eucaristia juntos. Espero viver esse dia», afirmou o bispo metodista Sifredo Teixeira na conclusão da sua homilia.

RS
Voz Portucalense [online] (27/01/2024)

13/01/2024

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no Grande Porto 2024

 

21 de janeiro, 16h00:
Celebração Ecuménica
Mosteiro de Bande, Paços de Ferreira

24 janeiro, 21h30:
Oração de Taizé
Igreja de Vilar, Porto

25 de janeiro, 21h30:
Celebração Ecuménica- Grande Porto
Lançamento do Roteiro Ecuménico de Oração 2024
Paróquia Lusitana do Redentor, Porto

A Celebração Ecuménica Nacional tem lugar a 19 de janeiro, às 21h00, na Paróquia Nossa Senhora de Lurdes, em Coimbra.

Tema e subsídios

05/01/2024

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (18 a 25 de janeiro de 2024)

«Amarás ao Senhor teu Deus...
e ao teu próximo como a ti mesmo»
(Lucas 10, 27)

Texto bíblico: Lucas 10, 25-37

Os materiais para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2024 foram preparados por uma equipa ecuménica do Burkina Faso, coordenada pela Comunidade Chemin Neuf (CCN) [1] daquele país. O tema escolhido é «Amarás o Senhor teu Deus... e ao teu próximo como a ti mesmo» (Lc 10, 27). Os irmãos e irmãs da Arquidiocese Católica de Uagadugu, das igrejas protestantes, dos órgãos ecuménicos e da CCN do Burkina Faso colaboraram generosamente na elaboração das orações e reflexões e vivenciaram o seu trabalho em conjunto como um verdadeiro caminho de conversão ecuménica.

Amar a Deus e ao próximo no meio de uma crise de segurança

O Burkina Faso está localizado na África Ocidental, na região do Sahel, que inclui os países vizinhos do Mali e da Nigéria. A sua área é de 174.000 km² e tem 21 milhões de habitantes, com cerca de sessenta etnias. Em termos religiosos, aproximadamente 64% da população é muçulmana, 9% adere às religiões tradicionais africanas e 26% é cristã (20% católica, 6% protestante). Estes três grupos religiosos estão presentes em todas as regiões do país e em praticamente todas as famílias.
Atualmente, o Burkina Faso está a passar por uma grave crise de segurança, que afeta todas as comunidades religiosas. Após um grande ataque jihadista que foi organizado a partir de fora do país em 2016, a situação de segurança no Burkina Faso e, consequentemente, a sua coesão social, deteriorou-se drasticamente. O país tem sofrido uma proliferação de ataques terroristas, de ilegalidades e de tráfico de pessoas. Esta situação já causou mais de três mil mortos e quase dois milhões de pessoas foram deslocadas no interior do país. Milhares de escolas, centros de saúde e municípios foram fechados, e grande parte da infraestrutura socioeconómica e de transporte foi destruída. Os ataques direcionados a grupos étnicos específicos aumentam o risco de conflitos intercomunitários. No contexto desta terrível situação de segurança, a coesão social, a paz e a unidade nacional estão a ser prejudicadas.
As igrejas cristãs têm sido alvo específico de ataques armados. Sacerdotes, pastores e catequistas foram mortos durante o culto, e o destino de outros que foram sequestrados permanece desconhecido. No momento em que este artigo foi escrito, mais de 22% do território nacional estava fora do controle do Estado. Os cristãos já não podem praticar abertamente a sua fé nessas áreas. Por causa do terrorismo, a maioria das igrejas cristãs no norte, leste e noroeste do país foi fechada. Já não há culto cristão público em muitas dessas áreas. Nos locais onde o culto ainda é possível, com proteção policial, geralmente nas grandes cidades, foi necessário encurtar os cultos devido a preocupações com a segurança.
É preciso reconhecer que, apesar dos esforços do Estado e das comunidades religiosas, o país está a tornar-se cada vez mais instável à medida que os grupos extremistas se espalham. No entanto, está a surgir um tipo de solidariedade entre cristãos, muçulmanos e seguidores de outras religiões tradicionais.
Os seus líderes estão a trabalhar para encontrarem soluções duradouras para a paz, a coesão social e a reconciliação. Com este objetivo, por exemplo, a Comissão de Diálogo Cristão-Muçulmano da Conferência dos Bispos Católicos do Burkina-Nigéria está a fazer um grande esforço para apoiar o diálogo e a cooperação inter-religiosa e interétnica.
Seguindo os apelos do governo a rezar pela paz, a coesão social e a reconciliação, cada uma das igrejas continua a promover orações e jejuns diários. As ações das várias igrejas católicas e protestantes intensificaram-se para ajudar as pessoas deslocadas. Foram organizadas reuniões de reflexão e consciencialização para promover uma melhor compreensão da situação e do valor da fraternidade, bem como para desenvolver estratégias de regresso à paz duradoura. Esta esperança também se reflete no provérbio tradicional Mossi: «Não importa a natureza ou a duração da luta, o momento da reconciliação chegará» [2].
O convite para trabalhar em conjunto nos textos da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2024 desafia as diferentes igrejas do Burkina Faso a caminhar, rezar e trabalhar juntas em amor mútuo durante este período difícil para o seu país. O amor de Cristo que une todos os cristãos é mais forte do que as suas divisões e os cristãos do Burkina Faso comprometem-se a trilhar o caminho do amor de Deus e do amor ao próximo. Eles estão confiantes de que o amor de Deus vencerá a violência que atualmente aflige o seu país.

O texto bíblico

A centralidade do amor na Vida Cristã

O amor é o “ADN” da fé cristã. Deus é Amor e «o amor de Cristo reuniu-nos na unidade» [3]. Encontramos a nossa identidade comum na experiência do amor de Deus (cf. Jo 3, 16) e revelamos essa identidade ao mundo pelo modo como nos amamos uns aos outros (cf. Jo 13, 35). Na passagem selecionada para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2024 (Lc 10, 25-37), Jesus reafirmou o ensinamento judaico tradicional de Deuteronómio 6, 5: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças»; e de Levítico 19, 18b: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo».
O doutor da lei na passagem do evangelho pergunta imediatamente a Jesus: «E quem é o meu próximo?» A questão sobre até onde deveria chegar a obrigação bíblica de amar era controversa entre os doutores da lei. Tradicionalmente, acreditava-se que essa obrigação se estendia aos compatriotas israelitas e aos estrangeiros residentes. Mais tarde, com o impacto das invasões das potências estrangeiras, o mandamento passou a ser entendido como não aplicável aos estrangeiros das forças de ocupação. Com o tempo, à medida que o próprio judaísmo se fragmentava, às vezes entendia-se que este mandamento se aplicava apenas à facção particular de cada um. A pergunta feita a Jesus pelo doutor da lei é, portanto, uma provocação. Jesus responde à pergunta com uma parábola que ilustra que o amor vai muito além dos limites esperados pelo doutor da lei.
Muitos dos primeiros escritores cristãos, como Orígenes, Clemente de Alexandria, João Crisóstomo e Agostinho, viram nesta parábola a trajetória do plano de Deus para a salvação do mundo. Eles viam o homem que descia de Jerusalém como uma imagem de Adão – ou seja, de toda a humanidade – a descer do paraíso a este mundo, com todos os seus perigos e ruturas, e os ladrões como uma imagem dos poderes terrenos hostis que nos assaltam. Viram o próprio Cristo como aquele que, movido pela compaixão, veio em auxílio do homem meio morto, tratou das suas feridas e levou-o para a segurança de uma hospedaria, que eles viram como uma imagem da Igreja. A promessa de voltar do samaritano foi vista como um prenúncio da promessa da segunda vinda do Senhor.
Os cristãos são chamados a agir como Cristo, amando como o Bom Samaritano, mostrando misericórdia e compaixão para com os necessitados, independentemente da sua identidade religiosa, étnica ou social. Não são as identidades compartilhadas que nos devem levar a ajudar o outro, mas o amor ao nosso “próximo”. Entretanto, a visão de amor ao próximo que Jesus nos apresenta está a ser ameaçada no mundo atual. As guerras em muitas regiões, os desequilíbrios nas relações internacionais e as desigualdades geradas pelos ajustes estruturais impostos pelas potências ocidentais ou por outras forças externas inibem a nossa capacidade de amar como Cristo amou. É aprendendo o amor recíproco independentemente das próprias diferenças, que os cristãos se podem tornar próximos, como o samaritano do Evangelho.

O Caminho do Ecumenismo

Jesus rezou para que seus seguidores fossem todos um (cf. Jo 17, 21). Os cristãos não podem, portanto, perder a esperança ou deixar de rezar e trabalhar pela unidade. Eles estão unidos pelo próprio amor a Deus em Cristo e pela experiência de conhecerem o amor de Deus por eles. Eles reconhecem esta experiência de fé uns nos outros quando juntos rezam, adoram e servem a Deus. Entretanto, nas relações entre as igrejas, inclusive no Burkina Faso, isto continua a ser um desafio. A falta de conhecimento mútuo entre as igrejas e a desconfiança de uns em relação aos outros podem enfraquecer o compromisso com o caminho do ecumenismo. Algumas podem estar preocupadas com o facto de que o ecumenismo possa levar à perda da identidade confessional e impedir o “crescimento” da igreja. Esta rivalidade entre as igrejas é contrária à oração de Jesus. Como o sacerdote e o levita da passagem do evangelho, os cristãos perdem muitas vezes, por causa do medo, a oportunidade de se unirem aos irmãos e irmãs. Durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, pedimos ao Senhor que venha em nosso auxílio, que cuide das nossas feridas e que nos permita trilhar o caminho do ecumenismo com confiança e esperança [4].

A unidade dos cristãos na busca de uma paz e reconciliação mais amplas

O contexto específico do Burkina Faso reflete a necessidade de colocar o amor no centro da busca da paz e da reconciliação. Esta busca tem sido frequentemente prejudicada pela perda de valores, pela perda de um sentido compartilhado de humanidade e por uma menor preocupação com o bem comum, a honestidade, a integridade e o patriotismo. A busca da reconciliação também foi enfraquecida pelo empobrecimento espiritual e pela busca de ganhos fáceis. Diante destas realidades, a necessidade de testemunhar o amor de Deus é ainda mais urgente.

Passando da divisão à unidade no Burkina Faso

As comunidades cristãs no Burkina Faso tentam viver o chamamento ao amor por meio da hospitalidade mútua. Isto evidencia-se particularmente durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Elas ofereceram recursos humanos e financeiros para traduzir o texto ecuménico francês da Bíblia (Traduction Oecuménique de la Bible) para os idiomas locais, ajudando assim a levar os cristãos à “hospedaria” da Palavra de Deus (cf. Lc 10, 34). Além disso, visitam as igrejas uns dos outros e rezam juntos. Também cooperam na promoção da fraternidade humana, da paz e da segurança no Burkina Faso. Levam Cristo aos irmãos e irmãs quando cuidam das feridas daqueles que caem nas garras da pobreza e das dificuldades.
Entretanto, como diz um provérbio africano, «A árvore não deve esconder a floresta». Estes exemplos ecuménicos positivos não podem ocultar o facto de que ainda há muitos desafios para a unidade. Apesar dos seus esforços para serem o próximo de todos os que confessam o Deus Uno e Trino, as igrejas do Burkina Faso lutam para se amarem verdadeiramente umas às outras como Cristo ordenou. Às vezes, relacionam-se umas com as outras como os samaritanos e os judeus, divididas cultural e teologicamente e vivendo relacionamentos hostis ou de inimizade. A desunião contínua desfigura-as e reconhecem a necessidade de conversão ecuménica, para poderem derramar o azeite e o vinho da cura sobre as feridas umas das outras.
A hospedaria da parábola do Bom Samaritano foi frequentemente interpretada pelos Padres da Igreja como uma imagem da Igreja. Assim como o samaritano levou o homem ferido para a hospedaria, Cristo confia os feridos e necessitados do mundo às nossas igrejas para cuidarmos das suas feridas e os ajudarmos a recuperarem a saúde. Esta missão ao serviço do mundo também é caminho para a unidade, que é o dom de Deus ao Seu povo.

[1] Mais informações sobre a CCN podem ser encontradas no Apêndice 3 [dos Subsídios].
[2] A população Mossi constitui o maior grupo étnico no Burkina Faso.
[3] Ubi caritas (atribuído a Paulino de Aquileia).
[4] Para obter informações sobre como as igrejas no Burkina Faso estão a trabalhar juntas, consulte o Apêndice 2 [dos Subsídios].


Subsídios para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos e para todo o ano 2024